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Paralisação de três horas reuniu mais de 100 pessoas em Salvador, com participação remota do interior; mobilização ocorre em vários estados por negociação direta com o STF

Na manhã desta quarta (28/5), servidoras e servidores de todos os ramos do Poder Judiciário da União (PJU) paralisaram o serviço por três horas e realizaram Ato nos Juizados Especiais Federais (JEFs), em Salvador. Com café da manhã solidário na entrada do prédio, passagem em sala e distribuição de carta aberta à população, a mobilização fez parte de uma jornada nacional de lutas pela implementação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), por reajuste salarial, melhores condições de saúde e respeito aos direitos da categoria.

A atividade foi chamada pelo Sindjufe-BA e ato presencial com transmissão ao vivo pelo Zoom, permitindo a presença de colegas do interior e daqueles que não puderam comparecer presencialmente.

500 dias de espera pelo Plano de Carreira

Durante a mobilização, dirigentes ressaltaram o impasse nas negociações com o Supremo Tribunal Federal (STF). Para Denise Carneiro, do Sindjufe-BA e coordenação geral da Fenajufe, o atual Fórum de Carreira comprovou ser ineficaz. “Precisamos negociar direto com o STF. Nosso plano está parado há mais de 500 dias no Fórum enquanto, em segundos, a magistratura aprova vários benefícios para si. Queremos negociar com quem resolve! E temos prazo! Motivos para parar nós temos vários, queremos carreira, salários, saúde e direitos!”

O dirigente Sandro Sales reforçou a desigualdade dentro do próprio Judiciário: “O Supremo está nos ignorando! A FENAJUFE tem que cobrar canal direto com o Tribunal! Porque dinheiro tem, resta saber para quem”. O dirigente reforçou que há uma campanha na mídia que não separa a classe trabalhadora da magistratura, sendo que a categoria enfrenta 70% de defasagem salarial.

O também dirigente Cristiano Matsumoto alertou para a complexidade da mobilização. “Estamos só no início da nossa luta. E vai ser longa, porque somos a única categoria que, para avançar, tem que convencer os três poderes. Não queremos só reajuste, queremos uma carreira. Isso exige mobilização contínua.”

Já o servidor Cristiano Cabral criticou à concentração de recursos no topo do Judiciário. “O que existe é um processo crescente, um verdadeiro confisco de orçamento! Se fossem os meninos da Sussuarana, que não usam toga, a denominação seria outra… Como explicar 600 mil de uma vez no contracheque de um servidor público? Enquanto isso, uma mãe de família está aqui com seu filho autista espera dois anos para ter seu processo julgado”.

Violência de gênero e luta coletiva

A dirigente Janiere Portela trouxe à tona as violências de gênero e raça que também atravessam a luta da categoria. “Não podemos aceitar que mulheres em posição de poder sejam atacadas dessa forma. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, foi alvo de falas misóginas e agressões no Senado. Antes disso, a ministra Vera Lúcia, do TSE, havia sido impedida de entrar em um órgão onde era palestrante, por ser mulher e negra. Nossa luta também é em defesa dessas mulheres.”

O ato recebeu ainda o apoio do vereador Hamilton Assis (PSOL), que esteve presente. Professor e servidor público, Hamilton também está em greve junto à sua categoria. “Vivemos um momento de desmonte do Estado, com ataques aos servidores. O capital quer acesso aos fundos públicos, e para isso precisa desmontar as estruturas que garantem direitos e remuneração à classe trabalhadora.”

Mobilização segue crescendo

Após o encerramento das falas e passagem em todas as varas dos JEFs, Sandro Sales convocou todos e todas para os próximos passos. O Sindjufe-BA vai chamar outra assembleia geral, na qual a categoria poderá deliberar a greve por tempo indeterminado. “Ou a gente vai para a luta para conquistar nossos direitos, ou vamos continuar sendo ignorados. A hora é agora”, enfatizou o dirigente.

O Sindjufe-BA segue mobilizado e atuante junto à base, em unidade com sindicatos de todo o país, para pressionar o STF e o Congresso Nacional por respostas concretas às pautas da categoria. A luta por carreira, salário, saúde e direitos está só começando.

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