O Brasil contra o Marco Temporal

No dia em que o STF retomou o julgamento do Marco Temporal, turistas que visitaram o Centro de Salvador tiveram outra aula de história. Em frente à estátua de Thomé de Souza, na Praça Municipal, lideranças do Movimento Salvador Indígena afirmaram: “Este não é o fundador da cidade, é o seu invasor. Salvador não foi descoberta, foi invadida!”.

O Sindjufe-BA uniu-se ao Movimento e a outros representantes de povos originários e de entidades sindicais em defesa dos primeiros habitantes do Brasil. O Ato enfatizou a inconstitucionalidade do PL2903 (antigo 490), cujo objetivo é não reconhecer terras indígenas com posse ainda em litígio após 1988, ano da promulgação da Constituição Federal.

O PL não considera a imensa burocracia nem a falta de interesse dos governos em realizar a demarcação, o que atrasa sobremaneira a regularização, e quer que punir os indígenas pela omissão dos poderes públicos. Pior: autoriza a exploração das terras por não índios.

A caminhada do Campo Grande à Praça Municipal aconteceu em meio a cânticos, danças, poesias e um gesto simbólico, no qual indígenas cobriram a estátua de Thomé de Souza e pintaram de vermelho-sangue as mãos do militar português imposto como o primeiro governador-geral do país.

A dirigente do Sindjufe-BA e da CSP-CONLUTAS/BA, Denise Carneiro, reafirmou total apoio contra esse projeto de lei e convocou a sociedade a se insurgir contra o que ela chamou de novo genocídio dos povos originários. “Lutem conosco, porque essa luta é nossa, essa luta é do Brasil. Não permitiremos esse genocídio, e sabemos que não ficaremos vivos sem vocês, que são quem protegem as nossas florestas”.

✊🏾 Sindjufe-BA – Gestão Unidade na Resistência