Motivadas por nova ocorrência de assédio, delegações realizam ato e modificam regimento de todos os encontros coletivos da Federação

Com gritos de “Mexeu com uma, mexeu com todas!”, as mulheres presentes no Plenário do 12º Congrejufe, em Foz do Iguaçu, interromperam as atividades para realizar um ato de repúdio contra os casos de assédio e importunação sexual ocorridos no Congresso.

Dois servidores foram denunciados por agirem contra uma colega da própria delegação. Diante da gravidade do caso, as(os) congressistas aprovaram a inclusão de medidas no Regimento para evitar e enfrentar esse tipo de conduta. A nova norma, aprovada na instância máxima, valerá para todos os demais encontros coletivos da Federação. A vítima deve registrar o Boletim de Ocorrência e o Sindicato responsável pela delegação também tratará do caso. O fato foi denunciado no último dia do evento (1º/5), e informações apontaram o retorno antecipado dos denunciados.

A Fenajufe havia criado uma comissão específica, anunciada ainda na mesa de abertura do Congresso pela dirigente Luciana Carneiro (SP). Também integraram o grupo Denise Carneiro (BA), proponente da comissão, Fernanda Lauria (RJ), Fabiano dos Santos (SP) e Manoel Gerson (PE). No entanto, apesar do alerta feito logo no início do evento, o Congresso foi novamente marcado por condutas inaceitáveis , cometidas de forma recorrente por homens contra mulheres, desta vez com ainda maior gravidade.

Durante o ato realizado pelas mulheres, os gritos coletivos deixaram o recado claro: “Mexeu com uma, mexeu com todas!” e “ Fora assediadores e importunadores! Aqui não é o seu lugar!”.

A comissão apresentou uma proposta de alteração no Regimento, aprovada pela Plenária, que prevê a possibilidade de expulsão de quem cometer assédio ou importunação, além da criação de uma rede de proteção e acolhimento às vítimas e a inserção de atividades de letramento de gênero nos momentos de maior público.

O Sindicato manifestou, no ato, seu mais firme repúdio à atitude denunciada, prestou solidariedade à colega agredida e votou a favor da mudança no Regimento.