Em palestra sobre assédio, trabalhadores (as) do PJU são convocados à construção de uma nova cultura laboral
“O assédio moral é um tema complexo de ser decodificado...

“O assédio moral é um tema complexo de ser decodificado porque está no campo da subjetividade”. Com essa fala, a historiadora e socióloga Petilda Vazquez iniciou as discussões sobre “Desafios do Mundo do Trabalho: Assédio Moral e o Bem-Estar no Ambiente Laboral”. A palestra, realizada de forma virtual na última sexta (5/5) marcou o encerramento da Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.
Convidado a participar, o Sindjufe-BA esteve na mediação do evento, cuja fala de abertura coube ao juiz Arthur Neves, presidente das Comissões do Eleitoral baiano dedicadas à prevenção e ao enfrentamento do assédio e responsáveis pelo evento ao lado da Escola de Formação, Desempenho e Aperfeiçoamento de Servidores (EFAS).
Para um público de cerca de 120 pessoas, entre servidores, terceirizados, estagiários e colaboradores, o magistrado falou sobre o trabalho das Comissões, instituídas a partir da Resolução nº 413, do Conselho Nacional de Justiça. Como o normativo não especifica o modo de atuação dos Tribunais, o TRE-BA tem atuado a partir das experiências e do protagonismo das vítimas, com o intuito de criar uma cultura institucional de combate ao assédio, explicou o juiz.
Durante as duas horas seguintes do encontro, Petilda Vazquez reteve a atenção total do público com uma abordagem ampla do tema. “Diria que estamos tratando de uma pandemia de assédio”, definiu a palestrante, no mesmo momento em que a Organização Mundial de Saúde decretou o fim da pandemia de Covid-19. A estudiosa observou que, entre os desafios ligados ao assédio moral no ambiente laboral está a própria percepção limitada do trabalho.
Petilda Vazquez também ajudou a entender a questão dentro do ambiente jurídico a partir de uma perspectiva histórica. “Nós, brasileiros, somos um povo que foi colonizado e onde os processos de trabalho implicaram em corpos sacrificados. Foi assim com os indígenas e com os africanos escravizados. Temos em 500 anos claramente um sofrimento físico, psíquico e simbólico”.
A solução do problema, indicou a convidada, é complexa assim como o que o assédio representa, e requer o abandono de uma abordagem em pessoas, mas na construção de uma nova cultura anti-assédio. Para o Sindjufe-BA, a discussão do tema é parte do trabalho permanente na proposta dessa nova cultura, onde trabalhadoras e trabalhadores tenham seus direitos respeitados.
Assista ao vídeo completo do evento, disponível na página da EFAS
Sindjufe-BA – Gestão Unidade na Resistência