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Notícia postada dia 20/03/2024

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Depois de 10 anos, Justiça inocenta PMs acusados de assassinar e arrastar Cláudia Ferreira em viatura no Rio de Janeiro

Depois de 10 anos, Justiça inocenta PMs acusados de assassinar e arrastar Cláudia Ferreira em viatura no Rio de Janeiro

Os policiais que atiraram e arrastaram uma mulher negra de 38 anos, Claudia Ferreira, no Rio de Janeiro, foram inocentados pelo juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal do Júri. Seis agentes respondiam por homicídio e por remover o corpo de Cláudia Ferreira, do local. A vítima foi baleada no pescoço quando saia de casa para comprar pão no Morro da Congonha, zona norte do Rio de Janeiro, e depois arrastada por 350 metros pela viatura a caminho do hospital.

Na decisão, o juiz afirma que os policiais atiraram em traficantes e incorreram em “erro de execução” e que “os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão”. A decisão inocentou o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, além dos denunciados pela remoção do corpo da Cláudia do local, os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles.

A investigação da Polícia Civil concluiu que o tiro que atingiu Cláudia foi disparado do ponto onde estavam os militares, mas o juiz entendeu que não haviam provas que sustentassem a alegação. Moradores afirmam que os agentes impediram o socorro e jogaram o corpo da vítima na mala da viatura de qualquer forma com a justificativa de levar ao hospital, mas os policiais disseram que a população tentou impedir a ação de ajuda. E mesmo diante de buzinas e motoristas avisando que algo estava errado na viatura, os policiais arrastaram o corpo da mulher por 350 metros, o que foi visto como um acidente.

No mês de março, que lembramos as lutas e os direitos das mulheres, vemos uma decisão judicial que inocenta agentes que, no mínimo, tiveram uma conduta bárbara e desumana para com uma mulher, negra, moradora de uma comunidade, mãe de 4 filhos e que cuidava de mais 4 sobrinhos. Cláudia Silva é mais uma das pessoas que não tem o direito à vida em um Brasil que mantém em sua estrutura uma base racista, sexista, classista e mantém na impunidade aqueles que agem em desacordo com a lei.

Segundo a pesquisa “Pele Alvo: a bala não erra o negro”, realizada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e divulgada pela Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), 86,98% das pessoas mortas por policiais em 2022, no Rio de Janeiro, eram negras. Diante dos dados, do que acompanhamos, o Sindjufe-BA presta solidariedade à família da Cláudia Silva, mas também a todas as famílias que tiveram seus entes queridos retirados de seu convívio de forma trágica e não conseguiram sequer uma resposta do Poder Judiciário.

Já basta de termos as “balas perdidas” que encontram, na maioria das vezes, uma cor de pele específica. Chega de racismo, sexismo, violência e impunidade. Seguiremos lutando por uma sociedade igualitária e justa para todas e todos. Vem conosco construir diariamente uma sociedade melhor! 

Sindjufe-BA - Gestão Unidade na Resistência



 

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