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Notícia postada dia 07/03/2022

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No 8M, nossa luta é pela vida das mulheres! Fora Bolsonaro, Mourão e Damares!

No 8M, nossa luta é pela vida das mulheres! Fora Bolsonaro, Mourão e Damares!

O 8 de Março é uma data histórica de luta das mulheres trabalhadoras. Nos últimos anos, marcados pelo chamado à Greve Internacional de Mulheres, vimos explodir mobilizações gigantescas em várias partes do mundo.

No Brasil, os motivos para lutar não são poucos e não começaram agora, mas se aprofundaram muito, nos últimos anos, com a combinação da crise econômica + pandemia + governo genocida de Bolsonaro.

O desemprego, a miséria, as tarefas de cuidados e a violência contra as mulheres se intensificaram, com mais efeitos sobre as mulheres negras. Durante a pandemia, 54% dos empregos perdidos, no mundo, foram de mulheres. O relatório especial COVID-19, divulgado em Fevereiro de 2021, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), aponta que 23 milhões delas foram adicionadas à pobreza, somente na América Latina e Caribe, totalizando 118 milhões vivendo nessas condições.

No Brasil, segundo dados levantados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), no primeiro ano de pandemia, 480,3 mil vagas de empregos formais foram fechadas em 2020, sendo que 96,4% dessas vagas eram ocupadas por mulheres. Para as mulheres negras a taxa de desemprego é duas vezes maior do que para homens brancos. A retirada de direitos, efetivada pelas reformas Previdenciária e Trabalhista, aprofundou a exploração da nossa classe, atingindo, de forma ainda mais cruel, as mulheres e, especialmente, as mulheres negras, que ocupam os postos de trabalho mais precarizados.

Com o isolamento social, necessário para preservar vidas, as mulheres ficaram ainda mais expostas à violência doméstica, aos abusos sexuais e feminicídios. Entre Março e Abril de 2020 foi registrada uma denúncia de agressão, por minuto, e o índice de feminicídio subiu 22%. As adolescentes e jovens negras têm 3 vezes mais chances de sofrer múltiplas violências e 66% das vítimas de feminicídio são as mulheres negras.

A população LGBT+ enfrenta situação de descaso completo. Até Março de 2021 havia um aumento de 40% nos assassinatos de pessoas trans e a violência intrafamiliar, para essa população, explodiu, evidenciada pelo aumento dos casos de depressão e tentativas de suicídio. Além disso, se já havia dificuldade para entrar no mercado de trabalho, durante a pandemia e com a precarização das relações trabalhistas, isso se agravou. Por parte do Governo houve invisibilidade da população LGBT+ e zero investimento em políticas para o setor, nos últimos dois anos.

Devido à política de despejos, que seguiram intensas durante a pandemia, entre Agosto de 2020 a Outubro de 2021, o número efetivo de famílias jogadas nas ruas subiu 269%, saltando de cerca de 6 mil para 23.500, conforme levantamento da “Campanha Despejo Zero”. O Amazonas, estado que colapsou com os casos de covid-19, foi também onde mais aconteceram despejos em 2020, atingindo mais de 3 mil famílias, seguido de São Paulo, que removeu cerca de 2 mil famílias. Nesse período, também, não houve trégua nos ataques e invasões às terras indígenas, assim como o aumento da exploração em garimpos ilegais e desmatamento. Em todas essas situações, mulheres e crianças ficaram mais vulneráveis e ameaçadas.

Nesse cenário de barbárie, não temos alternativa para o dia 8 de Março, senão voltar às ruas para demonstrar todo nosso repúdio a esse governo que, junto com figuras como a Ministra Damares Alves, reproduz as ideologias machistas mais conservadoras, não investe em políticas públicas capazes de responder às nossas demandas. Além disso, segue destruindo o pouco que conquistamos até aqui, a exemplo da tentativa de restringir, ainda mais, o acesso ao aborto legal, o desmantelamento da rede de assistência às vítimas de violência e os cortes significativos no orçamento da pasta de mulheres. 

Entretanto, para derrotar Bolsonaro e colocá-lo para fora, imediatamente, não podemos cometer o erro de esquecer os ataques de governos passados e, muito menos, depositar as nossas fichas no processo eleitoral burguês.

Infelizmente, grande parte das organizações de mulheres ligadas à frente ampla (PT, PCdoB e parte do PSOL) insistem em atrelar o movimento à defesa cega dos governos petistas, os mesmos que deram garantias ao setor conservador, através da “Carta ao povo de Deus”, que nada mudaria em relação ao tema da legalização do aborto; que vetaram o kit anti-homofobia nas escolas, para negociar o silêncio nas denúncias de corrupção; que votaram a lei antidrogas, fazendo explodir o encarceramento da população negra, dentre tantos outros ataques aos setores oprimidos da classe trabalhadora. O projeto apresentado por Lula, agora de mãos dadas com Alckmin, não serve para a nossa emancipação, nem de gênero e nem de classe. 

Defendemos que os atos do 8 de Março não devem ter o caráter de palanque eleitoral, ao contrário, devem expressar a independência classista das mulheres e a disposição de enfrentar todos os governos que queiram nos oprimir e explorar. A unidade necessária é para lutar contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia, a xenofobia, o capitalismo e todas suas mazelas.

Portanto, não basta trocar, nas eleições, Bolsonaro por outro gerente deste sistema. Precisamos avançar na consciência e na luta da nossa classe, por uma sociedade livre de toda opressão e exploração.

É para construir essa data, com esse caráter, que a CSP-Conlutas convida todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores para participarem das atividades do 8M, tomando lado na luta contra o machismo, para avançarmos na destruição do sistema capitalista, que nos impõe essas opressões para lucrar sobre a nossa desgraça.

 


 

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