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Notícia postada dia 20/10/2021

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EDITORIAL: Enfrentar os super ricos para acabar com a fome

EDITORIAL: Enfrentar os super ricos para acabar com a fome

Uma das dificuldades que temos no combate à desigualdade é, justamente, a de mensurar e compreender o tamanho dessa desigualdade. Para nós, trabalhadores, que recebemos, no final do mês, um salário (que mal chega para pagar as contas) e, até mesmo, para os mais remediados,   chamados de "privilegiados" - pelos verdadeiros ricos e seus lacaios - mal garantem uma pequena reserva para um eventual infortúnio. Assim, é difícil compreender os zeros à direita, que caracterizam a fortuna dos super ricos. 

Falar em dez mil reais é compreensível para quem ganha menos de dois mil reais. Todavia, qual o sentido de um milhão de reais? Um bilhão? Para nós, estes números são apenas abstrações, que não geram efeitos concretos na nossa compreensão. Este talvez seja um dos motivos porque naturalizamos a desigualdade. 

Diante do exposto, propomos um exercício que deve facilitar a compreensão dos números da desigualdade e de como o capitalismo falha, miseravelmente, em garantir a dignidade do homem. O exercício é simples e consiste em substituir cada um real dos valores apresentados por um segundo. 

Desta forma, um trabalhador que receba um salário mínimo, recebe aproximadamente 20 minutos (1193/60 = 19,9). Em 2019, o salário médio dos brasileiros era de, aproximadamente, 50 minutos. 

Por sua vez, o Servidor Público (declarado, pelo Ministro e parasita Paulo Guedes, como inimigo e causador das mazelas do povo brasileiro), recebe menos de 70 minutos, segundo os cálculos equivocados do Instituto Millenium (que colocam no mesmo barco os servidores, os desembargadores e os deputados). Não se perca: a variação neste nível se deu entre 20 e 70 minutos.

É hora de aumentar o dinheiro, ou melhor, o tempo. Vamos começar a pensar na fortuna de um milhão de reais. Este valor, inimaginável para o trabalhador brasileiro, inconquistável para quem recebe um salário mínimo - mesmo que trabalhe toda a vida e nada gaste, apenas acumulando o que recebeu por mais de 60 anos de trabalho - representa menos que 12 dias. Repetindo, um milhão de reais, embora muito, representa apenas 12 dias.

É neste ponto, que podemos começar a entender o que são os super ricos. Nas últimas semanas, fomos confrontados, que o Ministro e parasita Paulo Guedes, elevou sua fortuna em 40%, através da alta do dólar. Esta mesma alta do dólar vem agravado a fome no Brasil, levando muitos trabalhadores a passarem fome, usarem lenha para cozinhar ossos, devido à elevação dos preços dos alimentos, do frete e do gás de cozinha, gerados pela indexação dos produtos da Petrobrás à moeda estadunidense. Guedes, que mantém quase 10 milhões de dólares em um paraíso fiscal no Caribe, detém, apenas nestas contas, quase 2 anos! Sim, saímos dos 12 dias, para quase 2 anos!

Durante a pandemia, com toda a crise, fome e dificuldades que os trabalhadores brasileiros tiveram que passar, a FORBES, uma espécie de Caras dos super ricos, registrou 40 novos brasileiros em sua lista de bilionários. Uma lista que, diga-se de passagem, é composta, exclusivamente, por homens brancos, à exceção de Vicky Sarfati Safra, única mulher, também branca, e viúva de Joseph Safra. Estes 40 novos representantes, acumularam ao menos 1 bilhão de reais, ou melhor, quase 32 ANOS! Exatamente. Enquanto um milhão de segundos equivale a 12 dias. Um bilhão equivale a 32 anos! Se somarmos a fortuna dos dois maiores bilionários do Brasil, com mais de 19 bilhões cada um, Eduardo Saverin e JP Lemann detêm juntos mais de 1200 ANOS. 

O mais escandaloso é que, enquanto 811 milhões de pessoas, ou uma em cada 100 pessoas no mundo passa fome, o teatro dos super ricos aguarda, ansiosamente, se será Elon Musk ou Jeff Bezos, o primeiro trilionário do mundo. Trilionário ou, no nosso exercício, o dono de 175.000 anos (convertendo a fortuna que é avaliada em dólares para reais). Para efeito de comparação, o Homo Sapiens, a nossa espécie, habita o nosso planeta há apenas 200.000 anos.

Esta semana, ficamos chocados com as cenas de pessoas catando restos em um caminhão de lixo, em um bairro de classe alta, na cidade de Fortaleza. A fome aumenta e o processo de barbárie se exprime de forma inequívoca através do aumento da violência, da destruição do planeta, do adoecimento e empobrecimento dos trabalhadores. Isso enquanto os donos de 175.000 anos brincam de corrida espacial privada. Esta realidade é insustentável.

É preciso destruir os super ricos! Não é possível aceitar bilionários e trilionários, quando as pessoas disputam restos no lixo. Este não é um sistema, que nos sirva. Os governos são gerentes dos interesses destas pessoas e são, portanto, inimigos dos trabalhadores. Começar a explicar aos famélicos a extensão destes números, talvez seja o primeiro passo para que os bilionários não mais existam. Para que, a  espécie de 200.000 anos, não normalize, a existência de pessoas com 175.000 anos, ou melhor, um trilhão de dólares em suas mãos.
 

IMPRENSA SINDJUFE-BA



 

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