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Bolsonaro participa hoje, 10 de agosto, de um desfile militar envolvendo veículos blindados, que deverão passar pela Esplanada dos Ministérios e parar em frente ao Palácio do Planalto. Sob o argumento de um convite para um exercício militar, o evento faz parte, na realidade, da escalada de ameaças golpistas, deste governo genocida. Não por acaso, a data coincide com a votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. Após o fracasso da hidroxicloroquina, a PEC do voto impresso é, atualmente, a nova bandeira de polarização política, que Bolsonaro usa para mobilizar a sua, cada vez mais restrita, base de apoio. Nunca é demais lembrar, que tanto o Bolsonaro como o seu ministro golpista Braga Neto chegaram a afirmar que a ocorrência das eleições estaria condicionada a aprovação do voto impresso. 

O teatro bélico chamado de Operação Formosa é um exercício militar realizado anualmente pela Marinha. Mas este ano ganha um contorno político, seja pela dimensão, seja pela participação das outras forças, seja pela data e forma escolhidas para o convite. A operação se tornou mais um elemento das ameaças e intimidações golpistas de Bolsonaro e sua turma. É um fato grave que merece ser duramente rechaçado.

A justificativa oficial dada pelo comando da Marinha é que se trata de uma espécie de cerimônia a fim de “convidar” Bolsonaro para acompanhar os exercícios militares. A um custo insanamente elevado, quando o país sofre os efeitos da crise econômica e sanitária, os estrelados mostram não serem muito afeitos a emails, cartas ou telegramas, e preferem mandar recados exibindo tanques de guerra para intimidar o Congresso. Talvez por isso, o governo Bolsonaro queira doar os Correios para o setor privado. Para eles, carteiro bom é tanque de guerra.

Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas querem passar, para o Congresso Nacional e o país, um recado intimidatório. Este governo está cada vez mais acuado pela crise econômica e social, sofrendo queda de popularidade com as inúmeras denúncias de corrupção. Sua política tem sido se vender cada vez mais ao Centrão e aumentar o tom de ameaças golpistas.

É preciso uma resposta mais contundente contra este governo genocida. É preciso aumentar o processo de mobilização pela derrubada deste governo genocida, reforçando a organização e a luta da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre. 

Temos que avançar nas manifestações, nenhum passo atrás na luta para botar abaixo esse governo. As principais centrais sindicais precisam sair do marasmo e fortalecer com todo peso necessário o dia 18 de agosto, dia nacional de luta contra a PEC 32 (Reforma Administrativa). É nosso dever ir às ruas dar o troco e mostrar que não aceitamos ditadura ou chantagens golpistas. Mais do que  nunca, é hora de discutir a preparação de uma Greve Geral pelo Fora Bolsonaro e Mourão, já!

IMPRENSA SINDJUFE-BA