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A capacidade do sistema capitalista em absorver, transmutar e descaracterizar as pautas e movimentos da nossa classe no seu intuito de auto-preservação, pede constante vigilância e reflexão. 

Nos últimos tempos, tem crescido a influência do feminismo liberal, com sua ideologia baseada no mérito, empoderamento e individualismo. Este é o tipo de feminismo encarnado por Hillary Clinton, Kamala Harris e Dilma Rousseff. Este movimento não apenas não liberta as mulheres, como se converte em uma amarra da luta da nossa classe, ao confundir e permitir o fortalecimento de políticas contra as próprias mulheres, privilegiando as mulheres da classe dominante e excluindo as mulheres da classe trabalhadora.

Não há dúvidas, que as mulheres da classe dominante tambem são oprimidas. Não negamos, que a derrubada da ex-presidente Dilma se deu dentro de um contexto de uma série de ações machistas. O que estamos a afirmar, é que o feminismo liberal protege apenas as mulheres dos 1%, e assim não será a ferramenta de libertação e igualdade, que irá retirar da opressão as mulheres da classe trabalhadora.

É necessário enxergar a luta das mulheres como parte indissociável da luta de nossa classe. É necessário, que os trabalhadores se unam às trabalhadoras na luta por igualdade. É inadimissível, um sistema que use das nossas diferenças para sobreexplorar, violentar e matar as mulheres, de forma a seguir lucrando. 

As opressões de genêro e raça são parte inexorável das ideologias que suportam o capitalismo. Apenas através de uma luta que combine gênero, raça e classe, será possível avançar na igualdade e defesa das mulheres.

Igualdade é o nosso desejo no Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras.

Imprensa SINDJUFE-BA