SINDJUFE-BA

Maria Escolástica da Conceição Nazaré, conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Ialorixá (sacerdotisa) brasileira, filha de Oxum. 

Mãe Menininha era descendente de escravos africanos, com raízes em Agbeokuta, na atual Nigéria. Ainda criança, foi escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré. Foi a quarta das iyálorixás do Terreiro do Gantois. A instituição religiosa de origem Ketu mantém, historicamente, a política do matriarcado e da sucessão hereditária de linhagem consanguínea.

Mãe Menininha foi iniciada nos rituais pela tia Pulquéria, sua antecessora. Quando assumiu a liderança do terreiro, escolhida pelos orixás, ainda não tinha 30 anos completos e, inicialmente, sua juventude não foi bem vista pelos adeptos mais antigos. Porém, com sua doçura, carisma e diplomacia, Mãe Menininha mudou essa situação. 

Como Ialorixá, ela enfrentou o preconceito que a sociedade tinha em relação aos adeptos do Candomblé. Não havia liberdade de culto e os terreiros eram, frequentemente, invadidos pela Polícia, sofrendo muitas perseguições e violência. Na década de 30, a Lei de Jogos e Costumes era mais tolerante para com o Candomblé mas, ainda assim, as festas só podiam ser realizadas em determinados horários e mediante autorização, por escrito. 

Essa situação só mudaria em 1976, quando o então Governador da Bahia, Roberto Santos, sancionou um decreto liberando as casas de Candomblé da obtenção de licença e do pagamento de taxas à Delegacia de Jogos e Costumes. Para muitos pesquisadores, a popularidade e o reconhecimento que Mãe Menininha alcançou foram de fundamental importância para aumentar a aceitação do Candomblé na sociedade.

Mãe Menininha foi cantada  por Caymmi e por ele descrita como: "a estrela mais linda", "o sol mais brilhante ", "a mão da doçura", "o consolo da gente" e "a Oxum mais bonita".

Negro é a raiz da liberdade.

Imprensa SINDJUFE-BA