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Juliano Moreira foi um Médico, frequentemente, designado como fundador da disciplina psiquiátrica, no Brasil. Juliano era negro e pobre. Extremamente precoce, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia aos 13 anos, dois anos antes da abolição formal da escravatura, graduando-se aos 18. Cinco anos depois, era Professor Substituto da Seção de Doenças Nervosas e Mentais dessa escola.

Juliano Moreira combateu o racismo científico, uma teoria racista existente no meio acadêmico de sua época, que atribuía os problemas psicológicos dos brasileiros à miscigenação. Juliano foi um crítico, contemporâneo, das teses racistas defendidas por Nina Rodrigues, seu ex-Professor, que defendia a degenerescência e as tendências ao crime dos negros e mestiços, bem como da superioridade dos brancos sobre os não brancos. 

Como diretor do Hospital Nacional de Alienados, Moreira aboliu o uso de camisas de força e de grades nas janelas dos hospitais de internação. Trabalhou, também, para a aprovação de uma Legislação Federal, que garantisse assistência médica e legal aos doentes psiquiátricos, bem como o atendimento humanizado dos pacientes. 

Além da Psiquiatria, Juliano destacou-se também na área da Dermatologia. Foi o primeiro pesquisador a identificar a leishmaniose cutâneo-mucosa e buscou provar que a questão racial não motivava as doenças.

Foi presidente da Academia Brasileira de Ciências e, em 1925, já como vice-presidente da Academia, foi o responsável por receber, no Brasil, o físico Albert Einstein e o levou para conhecer as instalações do Hospício Nacional.

No campo da Antropologia, Juliano deixa um legado de combate ao racismo científico, por seu papel na refutação da crença de que as doenças mentais estariam ligadas à cor da pele das pessoas.

Negro é a raiz da liberdade.

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