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O presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica, capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitam a pandemia da Covid-19 para aprofundar a política de ataques aos trabalhadores, a exemplo da imposição da Carteira de Trabalho Verde-Amarela e a Medida Provisória 936 (MP 936), que reduz salários e não garante estabilidade no emprego.

Paulo Guedes segue apontando o canhão contra os servidores e os serviços públicos. Tem defendido o congelamento dos salários dos servidores públicos por dois anos e busca a todo custo barganhar na Câmara Federal a aprovação da reforma administrativa e da chamada PEC Emergencial, que entre outras medidas prevê o veto à promoção de funcionários públicos; impedimento de reajustes, criação de cargos, reestruturação das carreiras, realização de concursos e criação verbas indenizatórias; redução de jornada em 25% e de salários proporcionalmente de servidores públicos.

O ministro conta com o apoio da grande imprensa que tem feito matérias e escrito editorias defendendo a política de Bolsonaro e Paulo Guedes. O jornal O Globo publicou editorial no dia 20/03 com o título “Funcionalismo tem de dar sua contribuição”. A Folha de São Paulo publicou reportagem no último dia 11, fazendo todo um malabarismo de cálculos para dizer que a redução de ganhos de servidores públicos criaria um caixa bilionário à União.

A lógica da grande imprensa é a mesma do governo: jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Nesse quesito, eles todos se unificam. Para tirar direitos dos trabalhadores a Globo, a Folha de São Paulo, o Estadão e demais veículos da grande imprensa andam de mão dadas com Bolsonaro. 

Tem dinheiro
Todos sabem que o problema não é dinheiro. Mas o que se prioriza a pagar. A Auditoria Cidadã da Dívida Pública mostra, que anualmente, quase 40% de toda a riqueza do país é utilizada para pagar juros da dívida, isto é, vai direto para o cofre de um punhado de banqueiros parasitas. 

A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes é seguir enchendo os cofres dos banqueiros de dinheiro. Para isso, tem que atacar os trabalhadores e o povo pobre. 

Os serviços públicos que vêm sendo sucateados há anos, tanto pelos governos da direita (Collor, Itamar, FHC e Temer) como pela dita “esquerda” (Lula e Dilma), agora correm o risco de extinção. A reforma administrativa significa a redução da prestação de serviços à sociedade, o que vai atingir diretamente aos mais pobres.

A Emenda Constitucional 95 (EC 95), que ficou conhecida como PEC do Fim do Mundo, congela os investimentos nos serviços públicos por 20 anos. Agora, estes senhores querem resolver a crise da saúde pública, frente à pandemia do coronavírus, com mais ataques aos servidores e aos serviços públicos. 

Contribuição
Quem disse que os servidores públicos não estão fazendo sua parte na luta contra o coronavírus? Os médicos, os enfermeiros, os técnicos de enfermagens que estão na linha de frente dessa guerra são servidores.

A Justiça segue funcionado em meio à pandemia, quem tem feito ela funcionar? Nós os servidores públicos. 

No meio de todo esse caos, uma coisa ficou evidente: a importância dos serviços e dos servidores públicos.  Mais do que nunca, temos que defender e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo com os ataques que sofre, é que tem garantido que muitas vidas sejam salvas.

As universidades públicas mostram a importância da ciência e dos investimentos em educação, quando este governo aumenta os cortes nos orçamentos e nas bolsas de pesquisas. Mas é a universidade pública federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, que está elaborando um modelo de teste rápido que será mais barato e eficiente. Foram mulheres cientistas da Universidade de São Paulo (USP) que sequenciaram o genoma do coronavírus em apenas 48 horas.

Nenhum direito a menos!
Vamos seguir a luta contra o coronavírus e em defesa dos nossos direitos. Temos que derrotar o vírus e dois grandes parasitas: Bolsonaro e Paulo Guedes, que querem manter os lucros dos banqueiros, à custa da redução de nossos salários e direitos.

Temos que exigir a imediata suspensão do pagamento dos juros e amortizações da dívida pública, que esse dinheiro seja todo investido na saúde pública. A vida da população é mais importante que o lucro de um punhado de banqueiros. Revogação da EC 95, investimentos nos serviços públicos já! Fim da proposta de reforma administrativa e da PEC Emergencial! Não à redução ou congelamento dos salários dos servidores públicos!

Imprensa SINDJUFE-BA