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Notícia postada dia 19/11/2010

Notícia postada dia 19/11/2010

Categoria debate desfalque no sindicato em Assembleia Geral

Categoria debate desfalque no sindicato em Assembleia Geral

A categoria debateu na tarde desta quinta-feira (18), no auditório da Justiça Federal, o desfalque descoberto no sindicato em 2007. Participaram da discussão, esclarecendo como se deu tal fato, as servidoras que faziam parte da direção da entidade, à epoca, Elisa Fortes, Maria do Carmo (Carminha) e Ednice Cruz. Além delas, compareceram o advogado que acompanha a ação, Dr Cláudio Andrade, além do perito Kleber Marruaz, que fez a auditoria no período solicitado pela categoria, aprovado em Assembleia Geral. A maior parte dos servidores presentes ao evento se deu por satisfeita com os dados e as respostas/esclarecimentos feitos por estas pessoas, além de outros servidores que faziam parte da direção do sindicato em gestões anteriores.

 

Antes das perguntas da categoria, Elisa e Ednice fizeram uma retrospectiva bem resumida do fato, citando os pontos mais importantes e de como descobriram a fraude. Ressaltaram que seria impossível em uma tarde, relatar todas as ações feitas pela possível quadrilha, que está sendo investigada pela Polícia, em um inquérito de dois volumes e que possui mais de 400 páginas, mas, se dispuseram a responder todas e quaisquer dúvidas que a categoria solicitasse.

 

Elisa informou que, com a unificação dos sindicatos, foi decidido manter os funcionários de ambos os sindicatos e, nisso, foram absorvidos os funcionários Júlio e Joabe, os quais eram, respectivamente, gerente e secretário administrativos, encarregados pelos convênios, preenchimento de cheques para pagamentos, envio de documentos ao contador entre outras atividades. No início de 2007, quando foi realizado o rodízio entre os funcionários (troca de função temporária) descobriu-se que, um jornalista que saiu da entidade em 2002, ainda era beneficiário do plano Sulamérica. As ex-coordenadoras afirmaram que pediram, por diversas vezes a Júlio, que solicitasse a relação dos beneficiários à empresa. Segundo ele, tais documentos não chegavam e, como já estavam decididas a resolver esta situação, Elisa e Ednice foram à Sulamérica, onde tiveram conhecimento que estes documentos já haviam sido enviadas por diversas vezes. Sendo assim, surgiu uma pulga atrás da orelha das ex-coordenadoras que passaram a desconfiar da atitude do funcionário.

 

O funcionário foi mantido e sendo observado atentamente pelas coordenadoras, que descobriram outra falcatrua do bando. O veículo antigo do sindicato foi colocado à venda e, foi apresentada uma cópia de depósito na conta do sindicato, no valor de R$ 3.000,00, que era o valor do veículo, e solicitada a assinatura no DUT. No dia seguinte, Elisa checou a conta do sindicato, retirando um extrato e vendo que nenhum valor tinha sido transferido ou depositado. Foi, imediatamente à Delegacia, checar quais procedimentos deveriam ser feitos, onde foi informada que tal comprovante era falsificado. Ao chegar no sindicato tomou conhecimento de que o DUT havia sumido e, Elisa informou que o funcionário teria que dar um jeito de aparecer com o DUT, o veículo ou o valor do comprovante. Não se sabe como mas, o valor foi colocado na conta do sindicato. Após este fato, o funcionário foi demitido.

 

Entretanto, um dia, quando as ex-coordenadoras foram ao Banco do Brasil, souberam que o sindicato possuía uma outra conta, na agência da Barra. Chegando lá, souberam que esta conta era do SINDJUSE, e era movimentada constantemente eletronicamente, através das senhas de dois ex-coordenadores deste sindicato, os quais nunca usaram tal senha. Essa conta recebia proventos de contribuições de convênios e mensalidades dos servidores do TRE. Na unificação, as duas contas eram movimentadas e, após transferir os valores do SINDJUSE para a conta do SINDJUFE, foi feito também o pedido de transferir todas as contribuições desta conta para a atual, da nova entidade. Foi solicitado o cancelamento da conta, o que não foi feito, pelos funcionários. Sendo assim, a conta continuou ativa e recebendo os valores mensais de contribuição da Promédica. Como sempre trabalharam com uma margem de capital, as coordenadoras assinavam os cheques de pagamento das faturas, checando se havia discrepâncias nos valores mês a mês. Souberam ainda, que o Banco do Brasil exigiu que as senhas fossem renovadas pelos coordenadores. Sendo assim, os funcionários falsificaram atas do sindicato cujo resultado estabelecia o uso das mesmas senhas. Após quatro meses, o BB insistiu novamente na mudança das senhas e, os funcionários passaram a usar cheques adulterando as assinaturas. Ao checar isso, foi exigido e o banco assumiu o erro, já que as falsificações eram grosseiras, devolvendo ao sindicato a quantia movimentada (R$ 28.000,00).

 

Segundo as ex-coordenadoras, o contador, que era de um escritório contratado, também deve fazer parte do bando, já que muitos documentos foram adulterados e alguns nem foram feitos.

 

Ao descobrirem tais fatos, o advogado Cláudio Andrade foi contratado para dar entrada na ação. Além disso foram feitas denúncias nos conselhos regionais aos quais pertenciam os funcionários, e a auditoria, deliberada em Assembleia Geral, que seria realizada apenas entre o período de 2005 a 2007, já que a categoria entendeu que seria investimento sem resultados auditar anos anteriores. Entretanto, com a auditoria suspeita-se que as fraudes e desfalques estavam sendo feitos desde 2002.

 

De acordo com Dr Cláudio Andrade, existem poucas provas contra os funcionários, os quais sumiram com diversos documentos que poderiam incriminá-los.  Citou ainda que as delegacias possuem grande deficiência para dar andamento ao inquérito, o qual já está na sua quinta delegada à frente do caso. A mudança de delegado no caso, deu-se após a reunião feita com o subsecretário de Segurança Pública com o sindicato, meses atrás. Explicou também que foi dada entrada no Ministério Público e que, como ainda é necessário investigar se o contador também fazia parte do bando, não é possível indiciar os ex-funcionários.

 

Já o Dr Kleber Marruaz, perito e auditor, citou que o grupo realizou mais de cem falcatruas "que dão até uma tese de doutorado", dada às ações feitas na entidade. Explicou que o problema é existente desde 2002 mas, que, conforme a decisão da categoria, só foi auditado o período de 2005 a 2007. Citou ainda que é difícil descobrir um desfalque como este, até mesmo para um perito como ele.

 

Após perguntas e esclarecimentos, ficou deliberado que as dúvidas da categoria serão respondidas também de forma escrita, para reesclarecer o que já foi debatido e divulgado nos jornais da entidade no período e em assembleias setoriais, além desta Assembleia Geral. O relatório da auditoria, na época, também foi disponibilizado nas subsedes mas, devido ao fato de terem sido publicadas informações em blogs e outros meios, os documentos referentes à este tema serão apenas consultados na sede do sindicato, sendo negada a retirada de cópias do inquérito e da auditoria, a fim de não favorecer a construção da defesa dos acusados. Por isso que é tão importante prestar-se atenção no que tem sido dito e divulgado pois pode fortalecer a argumentação dos envolvidos no caso, os quais devem pagar pelo que fizeram.

 

Segundo Elisa, diversas inverdades foram divulgadas, inclusive a de que os balancetes não eram publicados. Os balancetes foram sim, publicados anualmente e, somente o de 2007 foi publicado com atraso, já que teve que ser refeito devido às fraudes existentes à época. Lamentou ainda, quando um dos ex-coordenadores da atual gestão, que tanto solicitou a realização desta Assembleia, tenha saído do local antes da mesma terminar, deixando de ouvir outros importantes esclarecimentos.

 

Sendo assim, a categoria, satisfeita com todos os esclarecimentos, apenas deliberou que sejam tomadas ações que possam acelerar o inquérito policial.



 

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