SINDJUFE-BA

Desde o dia 24 de maio, os vigilantes vêm dando exemplo de resistência frente aos diversos ataques que atingem a categoria. Construindo uma greve radicalizada e com a presença da base, os trabalhadores reivindicam por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Após uma semana de greve, foi apresentado a categoria um aumento salarial equivalente a dez reais e o aumento da jornada de trabalho, este cada vez mais precarizado, além de estressante e perigoso. Segundo a coordenadora do SINDJUFE-BA, Denise Carneiro, tal decisão tomada pelos empregadores representa a lógica escravocrata da terceirização. “Haverá aumento do desemprego, salários menores, adoecimento do trabalhador, maior rotatividade e – com isso – menor segurança”, destaca.

Além da precarização, o trabalhador vigilante possui um perfil. De acordo com o Sindvigilantes, a terceirização do setor atinge os negros, as mulheres, o setor da população que sente na pele o descaso com os serviços públicos, baixo salário - os terceirizados recebem 30% a menos do que o diretamente contratado -, e as piores condições de trabalho.

No entanto, os vigilantes apresentaram contraproposta aos empregadores, na qual exigem aumento salarial de 7%, reajuste no ticket alimentação, aumento na contratação de mulheres vigilantes e a manutenção de direitos, por meio da aplicação da jornada 12x36 – 12h de trabalho e 36h de descanso -, frequentemente utilizada em empresas de vigilância.

Em meio ao descaso e inflexibilidade dos patrões, os vigilantes reforçam a importância do direito de greve, este cada vez mais ameaçado, e a unidade no processo de construção do mesmo. Isso se constata no o empenho dos trabalhadores em mobilizar grandes atos nas ruas e dentro dos shoppings de Salvador; e o êxito na paralisação de alguns serviços bancários que - há anos - não são atingidos pelas greves no setor. 

Vitor Figueiredo

Imprensa Sindjufe