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Notícia postada dia 10/05/2017

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Comissão da PEC 287 rejeita destaques que reduziam perdas para trabalhadores

Comissão da PEC 287 rejeita destaques que reduziam perdas para trabalhadores

Governistas divergem sobre data de votação da PEC da Previdência em Plenário; marcha a Brasília contra proposta é convocada para 24 de maio

 

Com corredores vazios e um forte esquema de segurança, a Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/2016) rejeitou nesta terça-feira (9), nove de dez destaques que faltavam para que ela pudesse ir a Plenário. Em quase todas as votações, o placar do texto-base, de 23 votos favoráveis à proposta e 14 contrários, foi mantido. Nenhum dos destaques mais relevantes na redução dos danos ao trabalhador foi aprovado. Não há consenso na base governista sobre quando a matéria será apreciada: há quem diga que será na próxima semana; outros, no fim de maio; fala-se até em junho. E existem ainda os que simplesmente dizem que não há previsão.

 

A proposta será votada em dois turnos e, para seguir para o Senado, deverá obter, no mínimo, 308 votos favoráveis. O governo ainda não teria esses votos para aprovar o texto – ou, pelo menos, não teria segurança para colocar a matéria em votação sem riscos de perder. Essa divisão entre parlamentares que apóiam o presidente Michel Temer (PMDB) chegou a ser reconhecida, faz pouco tempo, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Na avaliação de profissionais do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), de fato o governo ainda busca os votos necessários para aprovar o texto.

 

De todo modo, os movimentos contrários à proposta trabalham com a ideia de que o governo tentará acelerar a tramitação e poderá colocar a PEC em pauta no Plenário já na semana de 22 a 26 de maio. Planejam promover uma grande marcha a Brasília para pressionar os deputados e o governo contra a reforma da Previdência, considerada um ataque em dimensões sem precedentes a direitos previdenciários.

 

Policiais armados

 

O texto-base do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), foi aprovado na última quarta-feira, dia 3 de maio. Os destaques das bancadas partidárias, no entanto, não puderam ser votados. Driblando os seguranças da casa, agentes penitenciários ocuparam o local para reivindicar que fossem incluídos nas mesmas regras de aposentadoria dos policiais federais e legislativos. A sessão foi interrompida.


Nesta terça, um forte esquema de segurança foi montado, inclusive com policiais legislativos portando armas de fogo. O fato provocou protestos veementes por parte do deputado Ivan Valente (Psol-SP), que questionou o uso de tais métodos em um regime democrático.

 

Os destaques analisados foram os seguintes:

 

1. Destaque do bloco PTB, Pros, PSL e PRP para manter na Justiça Estadual as ações contra o INSS (o relator propôs remeter esses casos para Justiça federal): único destaque a não ser rejeitado. As ações contra o INSS serão mantidas na esfera da Justiça Estadual.

 

2. Destaque do PSB para manter a aposentadoria rural nos moldes atuais:Rejeitado. O texto prevê 15 anos de contribuição para a aposentadoria rural.

 

3. Destaque do PHS para manter isenções e reduções de contribuições previdenciárias para situações fixadas em legislação anterior à emenda: foi mantida a proibição de novas isenções.

 

4. Destaque do PCdoB que retira o tempo de contribuição mínimo de 25 anos para aposentadoria no regime geral (atualmente são 15): Tempo mínimo de contribuição para a Previdência fica em 25 anos no texto aprovado.

 

5. Destaque do PT que elimina as novas regras de cálculo dos benefícios, que preveem no mínimo 70% da média dos salários desde julho de 1994, no caso de 25 anos de contribuição: a nova forma de cálculo das aposentadorias foi mantida.

 

6. Destaque do PT que elimina as mudanças no cálculo da pensão por morte, que prevê no mínimo 50% da aposentadoria do cônjuge mais 10% por dependente: Deputados rejeitaram destaque; e pensão terá novas regras após reforma.

 

7. Destaque do PT que elimina as mudanças nos benefícios assistenciais (BPC), como elevação da idade mínima de 65 para 68 anos: foram mantidas as mudanças no acesso a benefícios assistenciais.

 

8. Destaque do PSB que retira a necessidade de idade mínima (65 para homens e 62 para mulheres) para os servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003 obtenham integralidade dos benefícios: rejeitada a tentativa de mudar o texto e manter a atual paridade e integralidade dos salários dos servidores que entraram antes de 2003.

 

9. Destaque do PDT que também suprime as idades mínimas para os servidores mais antigos: semelhante ao do PSB, também foi rejeitado.

 

10. Emenda do PSOL que submete a reforma a um referendo popular:também foi rejeitada. Pesquisas mostram, no entanto, que a maioria da população é contra a Reforma da Previdência.  Dados divulgados pelo Datafolha mostram que 71% da população são contrários à reforma.

 

LutaFenajufe Notícias

Por Hélcio Duarte Filho e Eliane Salles

Terça-feira, 9 de maio de 2017



 

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