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Notícia postada dia 27/04/2017

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Câmara aprova reforma que definha CLT às vésperas da greve geral

Câmara aprova reforma que definha CLT às vésperas da greve geral

 Emendas que alteram pontos importantes ainda serão votadas, antes que a proposta siga para o Senado; mudanças na prática acabam com a CLT

 

A dois dias da greve geral que pretende parar o país contra as reformas do governo de Michel Temer (PMDB), 296 deputados aprovaram no Plenário da Câmara, em Brasília, o texto-base do projeto que mexe profundamente no direito trabalhista no Brasil. Outros 177 deputados votaram contra o parecer do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do PL 6787/2016. A votação iniciada na noite da quarta-feira (26) prosseguiu madrugada adentro, com a votação dos destaques sendo encerrada por volta das duas horas.

 

Entre os pontos que alteram a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) está o que estabelece que o acordo coletivo prevalecerá sobre o que já está garantido em lei. Também prevê o fim da obrigatoriedade de acompanhamento pelos respectivos sindicatos de rescisão trabalhista e torna o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho mais difícil. O substitutivo do relator extingue ainda a contribuição sindical obrigatória.

 

As 14 emendas que poderiam alterar pontos importantes da proposta e que foram a voto acabaram derrotadas, com exceção da que proibia a penhora de bens de entidades filantrópicas para fins de pagamento de passivos trabalhistas. A reforma trabalhista vem sendo amplamente apoiada por entidades empresariais. Mais cedo, na tribuna da casa, o deputado Ivan Valente (Psol-SP) havia feito um alerta: “ Espero que esse Congresso, que tem 213 empresários, não legisle em causa própria”. Mas os apelos não foram ouvidos.

 

A greve geral convocada pelas centrais sindicais para esta sexta-feira, dia 28 de abril, tem em sua pauta geral e unificada três pontos: a rejeição às reformas trabalhista e previdenciária e a defesa da revogação da lei da terceirização, recentemente aprovada e que tenta tornar legal a terceirização de quaisquer setores de uma empresa ou administração pública.

 

Votos contrários até da base

 

Foram cerca de 14 horas de discussão, protestos, enterro simbólico da CLT e até traição de partidos da base do governo. O PSB e o Solidariedade, ambos da base governistas, orientaram seus deputados a votarem contra a proposta. Mesmo com a vitória, o governo não conseguiu atingir os 308 votos, com os quais sinalizaria algum fôlego para votar a reforma da previdência, que por ser uma emenda à Constituição precisa de 60% do apoio dos congressistas (308 de 513). Em aspectos mais polêmicos e centrais, o número de votos obtidos pelo governo foi ainda bem inferior. Caso do artigo que prevê que os acordos entre empregado e empregador se sobreponham ao previsto na legislação, mantido por 274 votos contra 160. O governo diz pretender votar a reforma da Previdência na primeira semana de maio na comissão especial e, em seguida, no Plenário da Câmara, a oposição parlamentar e os movimentos nas ruas tentarão impedir.

 

 

LutaFenajufe Notícias

Por Hélcio Duarte Filho e Eliane Salles (especial para o LF Notícias)

Quinta-feira, 26 de abril de 2017



 

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