SINDJUFE-BA

Com o objetivo de dar continuidade a operação Lava Jato, o Ministro Alexandre de Moraes foi indicado oficialmente pelo presidente Michel Temer, na última segunda-feira (06), para assumir o STF. Ao tomar posse, o ex-ministro será contemplado com um cargo vitalício no qual decidirá o destino dos seus antigos chefes, entre outros correligionários. Alexandre é alvo de diversas ações por excessos da PM nas manifestações de trabalhadores e estudantes, na época em que atuava como secretário da Segurança Pública de São Paulo, no governo Alckmin. E, como Ministro da Justiça, é autor de declarações polêmicas a respeito das chacinas nos presídios, causando grande revolta na população.

Alexandre, filiado ao PSDB, é amigo pessoal do presidente Temer e já o citou em trabalhos acadêmicos. Em um desses trabalhos, ele afirma que um Ministro de Estado não deveria ser indicado ao STF, pois isso abriria espaço para “demonstrações de gratidão política”. Será que isso não vai acontecer agora? O polêmico professor da USP, acusado pelos próprios alunos de defender – na sala de aula - métodos de tortura para retirar informações de acusados de crimes de repente passará de raposa, a guardião do galinheiro. Será que mudou de concepção? Ou mudou apenas de posto?

Em 2014, esse novo Ministro da Suprema Corte advogou para Eduardo Cunha. Seu escritório jurídico atuou em 123 processos de uma empresa acusada de lavar dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o jornalista Fábio Chap, colocar Alexandre de Moraes no STF "não é colocar a raposa vigiando o galinheiro. É depenar as galinhas, fechar a granja e abrir uma boca de fumo”.