SINDJUFE-BA

 O 3° tema do Ciclo de Debates sobre os Projetos que atacam a Classe Trabalhadora foi sobre Mudanças na Fenajufe, aconteceu no dia (22) de outubro, no clube do SINDJUFE-BA.

Servidores discutiram rumos da Federação e da luta sindical no Brasil, conjuntura político-econômica atual, a luta pelo requisito do Nível Superior (NS) como forma de ingresso no cargo de técnico do Judiciário, data-base, democratização do Judiciário e impacto dos projetos em tramitação atualmente, no Congresso, que prejudicam a classe trabalhadora.

O debate antecipou algumas discussões que estarão presentes na XX Plenária da Fenajufe, que acontece no mês de novembro, em Brasília. O coordenador de Formação Política e Organização Sindical da Fenajufe, Marcelo de Melo, criticou a fragmentação na categoria do Judiciário com os boatos de criação de sindicato de oficiais de Justiça e Analistas. “Somos 134 mil servidores de uma mesma categoria. Os rachas enfraquecem a nossa luta. Temos que nos ater ao que nos interessa. Deveríamos ter mais ideias de planos de luta do que modificações estatuárias”, afirmou Marcelo.

O abandono do sindicalismo de confronto e resistência pelas principais centrais sindicais brasileiras para se render as pressões institucionais gerou com sindicalismo de conciliação, análise que o diretor sindical, Francisco Filho expôs em sua fala. “No sindicalismo brasileiro a fragmentação foi devida a falta de confiança nos representantes que se uniram ao governo. A fragmentação contribuiu para que as bases ficassem longe da luta. A Fenajufe não tem encaminhado à base. Temos que democratizar a Fenajufe primeiro”, disse Francisco Filho.

Na mesma linha de raciocínio, a servidora Conceição Moraes reivindicou mais transparência dentro da federação. “Ao mesmo tempo que a Fenajufe foca em lutas gerais silencia lutas nossas. A federação precisa ser mais transparente para arrumar a casa e trazer a base de volta”, reiterou Conceição.

A divisão da categoria também foi criticada pelo servidor, Jailson Lage, que reforçou a necessidade da Fenajufe recuperar a atuação classista. “Nossa federação precisa recuperar o papel classista para ser mais atuante. Precisamos de uma campanha de sindicalização séria. Nosso compromisso é manter nosso sindicato na luta. A questão do NS foi aprovada em todas as instâncias. Não podemos nos dividir”, afirmou Lage.

Também presente no debate, Pedro Aparecido de Souza, presidente do SINDIJUFE de Mato Grosso, questionou o modelo de Federação que a categoria quer ser representada. “Que federação queremos? Queremos uma federação política atuante”. E saudou a forte mobilização dos servidores na luta pela derrubada do veto. “Nossa categoria conseguiu colocar 20 mil pessoas nas ruas, em Brasília. Fato que centrais sindicais muitas das vezes não conseguem”.

Ataques governo Temer

Os ataques trabalhistas no atual governo foi tema de debate pelos servidores que reforçaram a necessidade de mobilização nas ruas como forma de combate ao ajuste fiscal e as nocivas medidas de arrocho.

O entendimento de que o debate sobre estatuto e questões administrativas é importante, mas não pode se sobrepor a luta. “Não somos uma ilha. Não dá para ir para uma guerra sem união. Se passar PEC 241, 257 o Brasil vai para o esgoto e vamos juntos”, alegou a diretora sindical, Denise Carneiro.

Democratização do Judiciário

O Judiciário no Brasil não tem conseguido impedir retrocessos, em várias de suas ações tem agido contra o trabalhador, contra a democracia e os direitos humanos. O modelo do órgão tem sido pauta constante pelos servidores que pedem a democratização do Judiciário desde sua estrutura, composição e pressão externa.

“O Judiciário brasileiro é um dos poderes mais fechados. É um feudo”, afirmou Marcelo de Melo Ferreira, coordenador de Formação Política e Organização sindical da Fenajufe.