SINDJUFE-BA

A Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil, foi assinada em 13 de maio de 1888. No entanto, mesmo com a abolição os negros sofreram com a inserção nos direitos sociais e trabalhistas.

A classe dominante não contribuiu para inserção dos ex-escravos nas condições de trabalho. O mercado de trabalho que já era precária para os negros, passou a ser ocupado por trabalhadores estrangeiros e brancos, assim os negros foram jogados ao léu.

As senzalas foram substituídas pelas favelas, pela periferia, pela discriminação e pela marginalização .

O 13 de maio para o movimento negro no Brasil é uma data que precisa ser lembrada, mas reelaborada, uma vez que a abolição foi formal, mas os negros continuaram e ainda continuam excluídos  de todo o processo social.

A presença dos negros no serviço público é ainda insuficiente, mesmo com as leis de acesso e promoção à igualdade, como a Lei de Cotas. 

A lei de cotas no serviço público surgiu após inúmeros estudos feitos dentro do serviço público comprovando que há uma discrepância entre o percentual de negros e pardos no serviço público federal comparado a população geral do país.

As distorções são evidentes em cargos que exigem curso superior, e também no preenchimento de cargos de confiança.

A quantidade de brancos ocupando cargos com nível superior é três vezes maior a de pretos e pardos. Nos cargos comissionados, apenas 27% são pretos ou pardos. A intenção das cotas é corrigir estas desigualdades para que o serviço público reflita de maneira fiel a distribuição da população brasileira.

Que esta data seja lembrada todos os mártires de luta que morreram na resistência do povo negro e continuam pelejando, aos 12 jovens mortos na Chacina do Cabula, em Salvador; a jovem mulher Cláudia Ferreira, arrastada e morta por um camburão da polícia; as mulheres negras mortas pelo machismo cotidiano, aos trabalhadores negros e negras explorados. Viva Zumbi e Dandara!