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Notícia postada dia 28/04/2016

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Primeiro dia do 9º Congrejufe tem debate sobre conjuntura nacional e internacional

Primeiro dia do 9º Congrejufe tem debate sobre conjuntura nacional e internacional

 Nessa quarta-feira, 27, teve início o 9º Congresso da Fenajufe (Congrejufe), em Florianópolis. Com a presença de delegados de todo o país, o Congreufe teve como destaque, em seu primeiro dia, um painel sobre a conjuntura nacional e internacional. A delegação do Rio Grande do Sul chegou à capital catarinense no final da manhã e participou das atividades desse primeiro dia.

 

 

Após o credenciamento e ainda antes da abertura do painel de conjuntura, houve falas de dirigentes sindicais que inauguraram oficialmente o Congresso. Essas falas lembraram a luta da categoria no ano passado, o esforço dos servidores em busca de seus interesses e a necessidade de união para a sequência das lutas. Representantes dos trabalhadores do Judiciário na Argentina e no Uruguai, assim como membros da CUT, da CSP-Conlutas e da Intersindical também saudaram os presentes. Em seguida, foi feita uma homenagem a colegas que faleceram no último período, entre eles a colega do Rio Grande do Sul Silvana Klein. Um vídeo retratando a trajetória da Fenajufe foi a última atividade antes que tivesse início, por volta das 18h, o painel de conjuntura.

 

 

O primeiro convidado a falar no painel foi o economista Plinio de Arruda Sampaio Jr., professor da Unicamp. Ele afirmou que a conjuntura é complexa e grava, marcada por uma crise política e econômica de grande envergadura. Para ele, os problemas do governo Dilma, do PT, da corrupção, são apenas aspectos da crise, sendo que o que está de fato em crise é o sistema de representação política. Assim, a luta de classes se polariza em torno de possíveis soluções para a crise, havendo dois grandes projetos antagônicos: o projeto das Jornadas de Junho, que defende um modelo democrático e justo; e o projeto do ajuste, da retirada de direitos. Para Plinio, os partidos do grande capital se dividem entre o ajuste moderado e o ajuste truculento, mas a solução que interessa aos trabalhadores não passa por nenhum deles. A verdadeira solução, apontou o economista, está nas ruas, não na ordem. Nesse contexto, a esquerda não deve servir de linha auxiliar ao PT nem à oposição de direita, mantendo-se independente dos dois partidos da ordem: "Não é possível romper com esse modelo no jogo institucional. Só as ruas abrem novas perspectivas ao povo brasileiro", destacou

 

 

Depois, foi a vez da fala de Marilane Teixeira, integrante da coordenação do Fórum Nacional contra a Terceirização. Ela criticou o poder do capital financeiro, visto como uma "sombra atrás de todas as grandes crises que ocorrem internacionalmente". Assim, a crise brasileira não é isolada, mesmo dentro da América Latina, onde há problemas econômicos e avanço do conservadorismo. O que temos, como em todas as crises, apontou Marilane, é uma disputa por fatias do mercado. Ao mesmo tempo, há um problema grave no que se refere ao perfil da dívida brasileira, com juros altíssimos e prazos de vencimento muito curtos, estrangulando a economia e prejudicando a maioria da população. Dessa forma, cabe aos trabalhadores pressionar o Estado, demonstrar sua força e capacidade de mobilização para conseguir pequenas guinadas que enfraqueçam o capital financeiro: "O mercado é perverso, concentra renda, e quem pode redistribuir essa renda a favor do trabalho são as políticas de Estado", afirmou. É preciso, de acordo com a painelista, apresentar uma visão do Estado que esteja, portanto, vinculada aos interesses da classe trabalhadora.

 

 

Cacau Pereira, membro da coordenação nacional da CSP-Conlutas, foi o painelista seguinte, e iniciou sua fala lembrando que nos últimos anos forças progressistas chegaram ao governo em diversos países da América Latina. Para ele, "essa onda passou", já que esses governos "não foram além de tímidas reformas que tentaram minimizar o impacto social do capitalismo". Ele afirmou que esses governos não ousaram mexer nas bases estruturais dos países que comandaram, o que levou a certa desesperança, mas lembrou que não existem soluções milagrosas e que os trabalhadores devem estar unidos: "Eu confio na capacidade de reação da classe trabalhadora. O momento pode parecer difícil, mas é importante porque a maioria da classe trabalhadora brasileira não tem mais ilusões no governo do PT. Essa amarra, nós já rompemos. Agora é necessário ter ousadia para construir algo novo", defendeu.

 

 

O último painelista a falar foi José Luis Ronconi, da Federación Judiciária Argentina. Ele apresentou um panorama dos primeiros meses de governo do presidente direitista Mauricio Macri, traçando, inclusive, paralelos entre medidas adotadas por Macri e projetos do governo de Dilma Rousseff no Brasil, como a Lei Antiterrorismo. Para o painelista, Macri está levando ao esfacelamento do Estado e do serviço público e atacando os trabalhadores, que têm perdido direitos e poder de compra, por conta da alta inflação. Há, apontou Ronconi, uma total submissão aos interesses dos Estados Unidos, tanto no que se refere à política de direitos humanos quanto em relação à política econômica.

 

 

Ao final das falas, foi aberto o microfone para os servidores presentes. Entre os que participaram do debate, estiveram dois membros da delegação do Rio Grande do Sul, os diretores do Sintrajufe/RS Cristiano Moreira e Paulinho Oliveira. Cristiano afirmou que Dilma e o vice-presidente Michel Temer estão disputando o cargo de gerente dos ataques contra a classe trabalhadora, e que a briga pelo poder não esconde que ambos defendem projetos que retiram direitos dos trabalhadores. Para Cristiano, "com Dilma ou com Temer, vamos ter que resistir aos ataques que continuarão vindo contra os trabalhadores". Já Paulinho ressaltou a necessidade de ampliar o diálogo entre as diversas forças que compõem a sociedade, evitando que a intolerância se aprofunde. De acordo com ele, a necessidade de dialogar e conviver com as diferenças deve ser base das relações em todas as instâncias sociais. 

 

O 9º Congrejufe continua nesta quinta-feira, 28, com a discussão do regimento interno e um debate sobre a democratização dos Poderes, pela manhã, e reunião de grupos de trabalho e debate sobre alterações estatutárias na parte da tarde.


Fonte: Sintrajufe



 

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