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Notícia postada dia 17/11/2015

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Ajuste fiscal pode bloquear criação de cargos no Judiciário

Ajuste fiscal pode bloquear criação de cargos no Judiciário

Depois de virar lei, isonomia dos chefes de cartórios eleitorais também fica fora da proposta de orçamento

 

O corte de gastos que o governo Dilma (PT) planeja para o orçamento de 2016 atinge a criação de cargos e funções comissionadas no Judiciário Federal e impede até a implementação da isonomia salarial para os chefes de cartórios eleitorais, prevista em lei sancionada neste ano. Os sindicatos da categoria e a Fenajufe prometem lutar contra essas medidas no Congresso e até na Justiça.

 

Por outro lado, estariam garantidos na revisão orçamentária os recursos para um aumento de 5,5%, a partir de janeiro, no subsídio dos ministros do STF, que já tiveram reajuste neste ano. Em relação ao reajuste dos servidores, a proposta é de mais um rebaixamento da reposição salarial, por meio do PL 2648/2015, também contemplado no orçamento. O projeto foi encaminhado ao Congresso pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, sem negociação com a categoria.

 

Nesta terça-feira, 17, o Congresso se reúne para apreciar vetos da presidente, incluindo o do PLC 28, projeto que prevê maiores índices de reposição salarial (embora ainda bem abaixo da inflação acumulada em quase dez anos). Servidores de todo o país se preparam para realizar manifestações, atos e paralisações nos estados, além de caravanas para pressionar os parlamentares em Brasília a derrubar o veto.

 

Os cortes que o governo pretende fazer nos orçamentos do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU) somam R$ 378,2 milhões. No total, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê uma redução de R$ 11,4 bilhões nas despesas de pessoal e encargos sociais do governo federal, além de  R$ 15 bilhões em outros gastos.

 

Os dados constam de um ofício enviado no último dia 4 pelo ministro Nelson Barbosa à senadora Rose de Freitas (PMDB/ES), presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), e ao deputado Ricardo Barros (PP/PR), relator do Orçamento. Barros é o mesmo deputado que sugeriu tirar R$ 10 bilhões do Programa Bolsa Família para equilibrar as contas públicas no próximo ano, além de propor um aumento de R$ 600 milhões no Fundo Partidário.

 

Em entrevista na última segunda-feira (9), Barros disse que vê “excessos” nas despesas previstas para o Judiciário, numa sinalização de que concorda com a intervenção do governo.

 

TRT-2 fica sem novas vagas

A Justiça Trabalhista e a Justiça Eleitoral seriam as mais atingidas pela tesourada, com reduções de despesas de R$ 93 milhões e R$ 92,2 milhões, respectivamente. Entre os cortes relacionados no documento enviado pelo Ministério do Planejamento estão, por exemplo, os R$ 10,3 milhões que seriam destinados à criação de cargos e funções comissionadas no TRT-2, o maior tribunal trabalhista do país.

 

A criação de vagas na Justiça Trabalhista da 2ª Região é uma antiga reivindicação do Sintrajud, que tem denunciado a sobrecarga de trabalho dos servidores do Tribunal. Correições realizadas pelo próprio TRT-2 também mostraram que o número de servidores está muito aquém do seu volume de processos.

 

Enviado à Câmara dos Deputados no final do ano passado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o PL 8307/2014 prevê a criação de 407 vagas de analista judiciário e 204 de técnico judiciário no TRT-2, além de 644 funções comissionadas de nível 4 (FC-4) e 572 funções de nível 5 (FC-5).

 

O projeto foi retirado da pauta de votações da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara na última quinta-feira (5), um dia depois de o Ministério do Planejamento enviar à CMO o ofício com os cortes propostos no orçamento de 2016. O mesmo aconteceu com o PL 8256/2014, que criava 973 cargos, de analistas e técnicos, no TRT da 15ª Região. Muitos outros tribunais trabalhistas tiveram bloqueada a criação de cargos e funções comissionadas.

 

Eleitoral: sem verba para isonomia

Na Justiça Eleitoral, a tesoura do Ministério do Planejamento alcançou a isonomia salarial pela qual os chefes de cartórios eleitorais do interior lutavam há dez anos e que seria finalmente atingida com a Lei 13.150, sancionada em 27 de julho.O governo riscou os R$ 84 milhões que estavam previstos para essa finalidade no projeto original do Orçamento da União para 2016, ano de eleições municipais. Isso impede a criação de 332 cargos efetivos e 3.207 funções comissionadas em 166 zonas eleitorais do país, além de manter as distorções entre a remuneração dos chefes de cartório do interior e a dos que trabalham nas capitais.

 

Outra “contribuição” importante da Justiça Eleitoral ao ajuste fiscal do governo é a do bloqueio à criação de 673 vagas de analistas e técnicos para a área de tecnologia da informação de todos os tribunais eleitorais, prevista no projeto 7990/2014. De acordo com o próprio texto do projeto, também retirado da pauta da CFT no último dia 5, a medida visava acabar com a terceirização dos serviços de informática nos TRE´s.

 

Ainda na Justiça Eleitoral, outros dois projetos com dotação orçamentária vetada pelo governo criavam cargos efetivos, cargos em comissão e funções comissionadas no TSE. Entre os tribunais superiores, aliás, o STJ, de R$ 7,76 milhões; o TST teve bloqueados cerca de R$ 4 milhões e o CNJ, R$ 573 mil. Já o STF sofreu redução de despesas de R$ 3,45 milhões;

 

Reposição salarial rebaixada

Na justificativa ao bloqueio, o ofício do Ministério do Planejamento informa que, caso o Congresso Nacional aprove os projetos de criação de cargos, o provimento ficará condicionado à previsão em “futuras leis orçamentárias anuais”. Porém, a julgar pelo que aconteceu no caso da isonomia salarial dos chefes de cartórios eleitorais, nem mesmo a aprovação dos projetos de lei garante a inclusão dos recursos no orçamento.

 

Para a reposição salarial dos servidores do Judiciário Federal, a revisão da proposta orçamentária do governo reserva R$ 1,807 bilhão, sendo R$ 1,497 bilhão para um reajuste de 12% no Vencimento Básico (VB) e um aumento do percentual da Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ), de 90% para 140%, a serem implementados em oito parcelas semestrais, nos meses de janeiro e julho de 2016 a 2019.

 

Essa é a proposta que consta do PL 2648/2015, que também prevê um reajuste de 25%,para os cargos em comissão CJ-2 a CJ-4 e de 16% para o CJ-1. O Ministério do Planejamento calculou em R$ 223 milhões o impacto desse reajuste em 2016. Outros R$ 87,7 milhões iriam para a extensão do Adicional de Qualificação aos técnicos judiciários que possuem diploma de nível superior.

 

Fonte: Sintrajud



 

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