SINDJUFE-BA

Renan não cumpre promessa e não pauta veto na sessão desta quarta (19), que será de mais protestos dos servidores do Judiciário Federal e MPU em Brasília 

Foi uma longa jornada, daquelas que tem lugar reservado na história das lutas da categoria. Milhares de servidores do Judiciário Federal e do MPU, de todas as regiões do país, ‘cercaram’ o Congresso Nacional, ao longo da tarde e início da noite desta terça-feira (18), para exigir a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste salarial do setor, o PLC 28. Dentro e fora do Congresso, apesar das barreiras ao acesso ao local, os trabalhadores pressionaram os parlamentares a incluir o veto na pauta da sessão conjunta da Câmara e do Senado convocada para esta quarta-feira (19). O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), não cumpriu a promessa que fizera aos servidores em Maceió (AL), quando afirmou que colocaria o veto em pauta dentro dos 30 dias regimentais para isso, após os quais a matéria passa a trancar a pauta do plenário. 

Ao longo do dia, circulou a informação de que o governo e o Supremo Tribunal Federal articulavam uma votação relâmpago do projeto enviado pelo ministro Ricardo Lewandowski ao legislativo à revelia dos servidores. A um grupo de servidores que o interpelou, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que isso não ocorreria enquanto o veto não fosse apreciado.

Na reunião de líderes, parlamentares da oposição teriam tentado incluir o veto na pauta, mas a base governista impediu. Servidores ouvidos pela reportagem avaliaram que o protesto desta terça superou em público o do dia 30 de julho, quando a presidente Dilma vetou o PLC 28. Chamava a atenção, ainda, a determinação dos manifestantes em lutar pela derrubada do veto.

“Foi um ato grande e animado, a categoria demonstra muita força e disposição para enfrentar o veto de Dilma e a traição de Lewandowski”, disse Frederico Barboza, servidor da Justiça Eleitoral da Bahia e dirigente do sindicato da categoria no estado (Sindjufe-BA). Aos gritos de ‘traidor’, aliás, foi como servidores receberam o presidente do Supremo no aeroporto de Brasília nesta terça, após ter sido abordado dentro do vôo por trabalhadores do Judiciário que se deslocavam do interior de São Paulo para a manifestação.

“Foi um grande ato de uma luta que vai continuar: vamos aguardar a votação em greve e pressionar os parlamentares para votarem o mais breve possível”, disse Ronald Fumagali, servidor do TRT-15. 

O protesto prosseguirá nesta quarta-feira, com nova manifestação em frente ao Congresso. A maioria das caravanas permanece em Brasília. Os servidores parecem decididos a não aceitar o projeto que Lewandowski tenta impor em parceria com o governo.

A paciência com quem há seis anos promete soluções futuras e agora ignora a vontade dos servidores se esgotou. “Não aceitamos migalhas e rebaixamento de salários, são nove anos [de perdas salariais]. A categoria está indignada e com sede de derrubar o veto”, disse Cleber Aguiar, servidor do TRF em São Paulo e dirigente da federação nacional (Fenajufe) e do sindicato paulista (Sintrajud-SP).

Fonte: LutaFenajufe Notícias