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Ato em Brasília reuniu mais de 2 mil servidores na posse de Fachin e foi maior dos últimos anos; greve atingirá pelo menos 20 estados e DF esta semana

Lembrou as grandes manifestações dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União que há algum tempo não ocorriam em Brasília. Deu de uma só vez um barulhento e contundente recado à cúpula dos Três Poderes da República: a categoria não aceitará mais um golpe contra os projetos que recompõem as tabelas salariais. Marcou ainda o início de uma semana em que a greve nacional dos servidores, que lutam pela aprovação e contra a ameaça de rebaixamento do PLCs 28 e 41, deve atingir 20 estados mais o Distrito Federal.

A manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal, ao final da tarde da terça-feira (16), durante a posse do ministro Luiz Fachin, reuniu, segundo avaliação de servidores, mais de duas mil pessoas. “Foi pelo menos o maior ato dos últimos três anos”, afirma o servidor José Junior, da direção do sindicato de Brasília (Sindjus-DF), entidade que convocou a atividade, incorporada pelo Comando Nacional de Greve ao calendário de mobilização – servidores de diversos estados do país participaram do ato.

O barulho do protesto, embalado a vuvuzelas, repercutiu na imprensa nacional e foi ouvido pelos onze ministros do Supremo Tribunal Federal. Mas também estavam lá o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os chefes do Congresso Nacional, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), e o vice-presidente Michel Temer, representando o governo federal. Todos, aliás, contemplados pelo aumento aprovado no final do ano passado, do qual os servidores foram excluídos. “Além das buzinas, cornetas, rojões e gritos deram o tom de indignação de um ato que demonstrou o retrato de uma categoria aguerrida, insatisfeita e pronta para a luta”, relata reportagem postada no site do Sindjus-DF. Três das quatro faixas da via lateral ao Supremo foram bloqueadas pelos manifestantes.

A presidente Dilma Rousseff (PT) não compareceu à solenidade, mas o seu principal ministro, Joaquim Levy, foi e pode ver de perto a rejeição ao ‘ajuste fiscal’ que impôs medidas que cortam direitos trabalhistas e previdenciários e que, agora, ameaça o PLC 28. Não houve incidentes, mas o carro do titular da pasta econômica chegou a ser cercado por servidores, que cobravam respeito à categoria. Alguns mostravam notas de reais para o ministro, que, sentado no banco de trás, não expressou reação.

Greve cresce

O sindicato pôs vários ônibus para levar os trabalhadores ao ato. Como sempre, os servidores do Tribunal de Justiça (TJDF) foram em maior número. Mas chamou atenção a presença expressiva de servidores de outros órgãos, com destaque para a Justiça Federal, o TSE/TRE e o STJ. “Há muito tempo não tínhamos essa participação”, observa Júnior. Em alguns lugares, os ônibus tiveram que retornar até cinco vezes para buscar mais servidores que desejavam participar do ato.

Foi a primeira grande manifestação em Brasília de uma greve nacional que atingirá pelo menos 20 estados e o DF antes mesmo de chegar ao seu oitavo dia - RS, SC, PR, SP, MG, RJ, ES/a partir de sexta 19, MT, PA/AP, AM/RR/a partir do dia 18, BA, AL, PE, PB, PI, MA, CE/JF e RN. E que promete fazer ainda muito barulho para forçar o governo a ceder.

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