Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) deu ordens à equipe de coordenação política para que barrasse o projeto
A sessão da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ), que seria realizada na manhã desta quarta-feira, 13, foi adiada por falta de quorum. O PLC 28/2015, que reajusta os salários dos servidores do Judiciário Federal, era o terceiro item da pauta.
“O esvaziamento da sessão foi manobra do governo, com certeza”, afirma o diretor do Sintrajud, Antônio Melquíades, o Melqui. Ele conta que o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) confirmou aos servidores presentes que o governo usou a estratégia do esvaziamento.
Na segunda-feira, 11, a equipe de coordenação política recebeu ordens da presidente Dilma Rousseff (PT) para que usasse todas as formas regimentais de impedimento da votação, uma vez que a aprovação da matéria era considerada inevitável.
Evitar que o projeto seja encaminhado da CCJ direto para votação em plenário é outra estratégia do governo e o protagonista dessa manobra é o senador petista Delcídio do Amaral. Ele disse aos servidores que o projeto será votado na próxima semana na CCJ, mas que vai requerer o encaminhamento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida por ele. “Delcídio prometeu que em 15 dias vai discutir o projeto com (o presidente do STF, Ricardo) Lewandowiski, com a equipe econômica do governo e com um representante dos servidores do Judiciário Federal, provavelmente da Fenajufe”, conta Melqui.
“Essa é uma manobra para rebaixar a tabela e parcelar o reajuste”, acredita. “É uma manobra suja porque o projeto está tramitando desde 2008, quando Dilma ainda era chefe da Casa Civi, por isso ela não pode alegar desconhecimento. E esse impacto econômico (que seria provocado pelo reajuste de vencimentos dos servidores) que está sendo alegado não existe”, diz Melqui.
O diretor analisa que o governo Dilma está continuando com a política de congelamento de salários e fechando o cerco contra o reajuste dos servidores do Judiciário Federal. “Por isso é importante que todos os sindicatos (dos servidores do Judiciário Federal) instruam cada um dos três senadores do seu estado que rejeitem o requerimento de Delcídio de levar o projeto para a CAE e que aprovem o projeto no Plenário”, recomenda.
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