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Notícia postada dia 21/01/2015

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Greve na Volks barra demissões e expõe ajuda estatal a quem demite

Greve na Volks barra demissões e expõe ajuda estatal a quem demite

Foram onze dias de uma greve que paralisou totalmente a produção na Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e levou à reintegração dos 800 trabalhadores demitidos no início do ano. Mas foram também onze dias que expuseram a contradição da política do governo federal de redirecionar recursos públicos para empresas privadas, por meio de isenções ficais, sem sequer exigir que elas não demitam nem cortem postos de trabalho.  

 
É esse, aliás, um dos aspectos que fazem a paralisação encerrada na sexta-feira (16) ter reflexos políticos e sociais que vão além do chão das fábricas de veículos automotores. A mobilização que uniu mais de 20 mil operários para defender o emprego pode simbolizar o início da resistência dos trabalhadores a uma série de ataques aos direitos trabalhistas e sociais já apontados para 2015.
 
Ataque a direitos trabalhistas e previdenciários
 
Ao lançar em dezembro o pacote de medidas que reduzem direitos previdenciários e trabalhistas, o governo de Dilma Rousseff (PT) disse que a meta é economizar cerca de R$ 18 bilhões anuais. A cifra é muito próxima dos recursos que a União está transferindo para setores privados ao desonerar a folha de pagamento de uma série de áreas da economia. A previsão é de que em 2015 a Previdência deixe de arrecadar 21,4 bilhões por conta das empresas que ficaram livres de ter que contribuir sobre a folha de pagamento e passaram a ser taxadas com uma alíquota sobre o faturamento.
 
Dados da própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) mostram que as montadoras fecharam 12,4 mil postos de trabalho em 2014. O setor, no entanto, foi um dos mais favorecidos com as isenções fiscais. Apenas entre 2012 e 2014, de acordo com dados oficiais, R$ 12,5 bilhões relativos ao de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) deixaram de ser recolhidos pelo fisco das montadoras devido a essa política – defendida, aliás, pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ACB, entidade filiada à CUT e alinhada ao governo.
 
A greve dos trabalhadores da Volks conseguiu reverter as 800 demissões, o que foi comemorado pela categoria. Mas os problemas estão longe de estarem superados: as bases do acordo firmado são similares ao rejeitado pela categoria no ano passado, apesar de ter sido defendido pela direção do sindicato. Ele prevê reajuste zero em 2015 – com pagamento apenas de um bônus que não será incorporado aos salários, correspondente às perdas inflacionárias do período, e reposição da inflação mais 1% em 2016. Também inclui o compromisso de não demitir e o lançamento de um Plano de Demissões Voluntárias.
 
É razoável temer que novas demissões aconteçam caso as adesões ao plano voluntário fiquem aquém das metas da montadora. De todo modo, o movimento não só as reverteu como deu uma grande demonstração de unidade e de força da categoria – duas coisas muito necessárias aos trabalhadores para enfrentar o que 2015 já revela reservar para quem vive da venda de sua força de trabalho, seja nas montadoras do ABC, nas varas e cartórios do Judiciário Federal ou no conjunto dos setores públicos e privados.
 
Fonte LutaFenajufe Notícias


 

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