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Indignação é generalizada na categoria, diz servidor após deputados aprovarem em 24min aumento para eles, juízes, procuradores, ministros e presidente

Brasília, Plenário da Câmara dos Deputados, final da tarde desta quarta-feira (17). Foi assim: 16h38min, os deputados aprovam aumento dos subsídios de ministros do STF, juízes e desembargadores; 16h48min, os deputados aprovam aumento dos subsídios do procurador-geral da República e demais procuradores; 17h00min, os deputados aprovam aumento em seus próprios salários e de senadores; 17h02min, os deputados aprovam o aumento da presidente Dilma Rousseff (PT), do vice Michel Temer (PMDB-SP) e dos ministros de Estado. Todos os projetos, com aval do governo, foram imediatamente para o Senado, onde foram aprovados e devem ser sancionados pela presidente da República.

Bastaram 24 minutos para a turma do andar de cima fazer a festa, ao mesmo tempo em que deixava os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União com oito anos de perdas salariais acumuladas. A votação irritou e revoltou os trabalhadores que acompanhavam a sessão das galerias do Plenário da Câmara. “É lamentável, demonstra mais uma vez que o governo acha que o trabalho dos servidores não tem qualquer valor. É mais um golpe do governo do PT”, disse Erlon Sampaio, dirigente do Sintrajud-SP, pouco após participar das atividades no Congresso. “É uma indignação generalizada dos servidores de todo país. O governo só vai atender os interesses de quem tem a caneta”, disse, observando que a única linguagem que eles entendem é a pressão direta do conjunto dos trabalhadores.

“Indignação é a palavra que está na boca dos Servidores”, disse Pedro Aparecido, dirigente da Fenajufe e do sindicato de Mato Grosso (Sindijufe-MT). “Enquanto os juízes receberão um polpudo reajuste além do auxílio-moradia de R$ 4.300,00, a categoria amarga mais de 40% de perda para a inflação”, criticou, lembrando que mais uma vez os setores sindicais ligados ao governo tentaram vender uma ilusão para a categoria – de que havia um acordo prestes a ser firmado.

Para Adilson Rodrigues, também dirigente da federação e servidor da Justiça Federal de Santos (SP), o que ocorreu foi inaceitável. “Não houve ‘falso acordo’, agora é ‘acorda, servidores!’ Até Dilma e Michel Temer vão ter aumento, passando a ganhar 30 mil reais, sendo que eles têm palácio, avião e carros de luxo pagos, além de todas as demais mordomias”, disse, ainda de Brasília, observando que a resposta da categoria precisa ser com fortes mobilizações em 2015.

*Texto atualizado às 8h de 18/12/2014

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