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Notícia postada dia 11/09/2014

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Protesto na posse no STF 'celebra' unidade nacional da categoria

Protesto na posse no STF 'celebra' unidade nacional da categoria

Servidores fazem ‘enterro’ simbólico da autonomia do Poder Judiciário no dia da posse de Lewandowski e mostram que a luta vai continuar

 

O recado foi dado. Centenas de servidores em greve vestiram preto, enfrentaram o sol forte que esquentou a capital federal e fizeram o ‘enterro’ simbólico da autonomia do Poder Judiciário. Mostravam, assim, aos presidentes dos três poderes da República que a categoria não se calará diante da crescente perda do poder de compra dos salários.

 

A manifestação que levou trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU de Brasília e de mais 15 estados do país à Praça dos Três Poderes, nesta quarta-feira (10), ‘marcou’ a posse solene do ministro Ricardo Lewandowski na presidência do Supremo Tribunal Federal. Vibrante, o ato se converteu numa demonstração de que as ‘boas intenções’ prometidas por Lewandowski são insuficientes para enfrentar a política de congelamento salarial do governo e incapazes de tranquilizar os servidores.  

 

Posse reuniu cúpula dos poderes

Enquanto o ato transcorria do lado de fora, dentro do Supremo participavam da cerimônia a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coelho. O ministro Marco Aurélio de Mello discursou em nome dos demais membros do tribunal.

 

Por alguns momentos, o ato assumiu aspecto de ‘marcha fúnebre’. “Aqui jaz o poder aquisitivo”, dizia cartaz levado por uma servidora. A maioria dos manifestantes foi de preto à atividade, mas alguns optaram pelo vermelho. O protesto terminou, por volta das 17 horas, com um ‘cornetaço’. “Foi importante para dar um recado para o Lewandowski e a Dilma, que estavam ali. Mostramos nossa indignação e que não aceitamos mais ficar um ano sem reajuste”, disse José Junior, servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e integrante do Renova Sindjus-DF, coletivo que faz oposição à direção do sindicato local.

 

Assembleia em Brasília

A participação dos servidores dos tribunais do Distrito Federal é uma história à parte. A direção do sindicato tentou suspender o ato, aprovado no Comando Nacional de Greve da federação (Fenajufe) e na assembleia da categoria no Distrito Federal. Buscava atender a um pedido que em momento algum chegou a ser feito publicamente pelo presidente do STF.

 

Para isso, antecipou a convocação da assembleia de greve marcada para sexta-feira (12), desrespeitando a comunicação prévia prevista no estatuto da entidade. Mas acabou tendo que recuar e participar do ato, diante da determinação dos servidores da base da categoria de promover a manifestação – que transcorreu sem quaisquer incidentes. Servidores que participam da oposição sindical ‘Renova Sindjus-DF’ e colegas da delegação do Rio Grande do Sul e de outros estados distribuíram panfletos defendendo a realização do ato.

 

Contra o corte de ponto

Na véspera, o presidente eleito do STF recebeu uma comissão formada por dirigentes da Fenajufe e do Sindjus-DF. Lewandowski prometeu buscar o governo para negociar a aprovação das propostas, mas não deu garantias e disse que dificilmente falaria sobre isso com a presidente Dilma antes das eleições de outubro.

 

Pouco para justificar a pretensa suspensão de uma manifestação que levou servidores de várias partes do país a Brasília, alguns enfrentando quase um dia de viagem de ônibus, caso da delegação de São Paulo (Sintrajud). “Hoje fizemos em Brasília um dos atos nacionais mais vibrantes e contagiantes dos últimos tempos, onde a cúpula do Judiciário, a presidente Dilma e os presidentes da Câmara e do Senado foram cobrados a respeitar a independência e a autonomia do Poder Judiciário”, disse Adilson Rodrigues, servidor da JF de Santos e coordenador da Fenajufe.

 

Avaliação parecida faz o servidor Pedro Aparecido, também coordenador da Fenajufe e do sindicato de Mato Grosso (Sindjufe-MT). “O Ato cumpriu papel acima do esperado. O ponto alto foi o ‘enterro’ de Dilma e da autonomia do Judiciário Federal”, disse o dirigente sindical, que destacou ainda a crítica ao corte de ponto contra grevistas da Justiça do Trabalho de Mato Grosso e da Bahia. “Lewandowski terá que discutir com Dilma, pois caso isto não ocorra vamos retornar ao STF quantas vezes forem necessárias”, afirmou.

 

Discurso de Lewandowski

No discurso de posse, o novo presidente do STF bem que mencionou a questão salarial – tendo ao seu lado Dilma e os presidentes das casas legislativas.  Falou em “restaurar a autoestima dos honrados magistrados e operosos servidores do Poder Judiciário” e em dar “particular atenção à recuperação de suas perdas salariais”. Mas evitou tocar na quebra da autonomia, aspecto mais grave desse processo e muito destacado no protesto que se desenrolava do lado de fora.

 

“Conseguimos colocar nossa pauta na ordem do dia para a mídia nacional e mostrar que não vamos nos calar diante dos quase 50% de perdas salariais. Nossa unidade nacional é o que pode garantir a vitória, por isso chamamos todos os estados a fazer o esforço de manter a greve nacional e superar as dificuldades”, disse Ruy Almeida, dirigente do Sintrajufe-RS e um dos integrantes da delegação gaúcha. “Os colegas do DF não abriram mão de realizar o ato e garantiram uma boa atividade. Não podíamos deixar passar em branco a posse do Lewandowski, que até agora não negociou e tampouco se comprometeu a atravessar a praça dos Três Poderes”, observou.

 

FOnte: Luta Fenajufe Notícias



 

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