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Notícia postada dia 09/07/2014

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"A greve é a essência da democracia", afirma Souto Maior

"A greve é a essência da democracia", afirma Souto Maior

Para magistrado, há um avanço da repressão contra quem reivindica direitos Como pode uma sociedade se pretender democrática se não consegue conviver com reivindicações de trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho?
 
Essa foi uma das reflexões feitas por Jorge Luiz Souto Maior, magistrado e jurista, no ato que exigiu a readmissão dos 42 trabalhadores demitidos por terem feito greve no Metrô.
 
Realizado na quinta-feira, 3, no Largo São Francisco, na USP, universidade onde Maior também leciona, a atividade contou com a presença de Cezar Britto, ex-presidente da OAB, e representantes dos metroviários.
 
Maior começou explicando que o conflito entre capital e trabalho é de natureza política, não jurídica; e que deveria ser resolvido pelas partes em conflito. O Brasil, no entanto, não desenvolveu instrumentos que garantam “democracia e liberdade de luta”. “Por isso, a greve é vista como um ato criminoso”.
 
Tal visão é resultado de uma construção histórica, disse. Além dos quase 500 anos de escravidão, em poucos momentos da história brasileira as greves não foram tratadas como casos de polícia. Somente com a Constituição Federal, em 1988, o direito de greve sagrou-se como fundamental.
 
O jurista explicou que em outros países as greves sequer são apreciadas pelo Poder Judiciário. Quando a questão é judicializada abre-se a possibilidade, por exemplo, do tribunal definir 100% de funcionamento do Metrô no caso de uma greve. No fundo, o tribunal está dizendo que “não pode ter greve”.
 
No caso dos metroviários, junto à decisão do tribunal, vimos a atuação da Tropa de Choque, impedindo a realização de um piquete, mesmo este sendo uma prática garantida pela legislação, disse o magistrado.
 
Para Maior, o fato da PM disparar bombas contra os trabalhadores deveria assustar a população: “Do contrário, estaremos em uma sociedade baseada na repressão”. E quando a população convive com os transtornos causados por uma greve é sinal de que a democracia está funcionando.
 
O que temos visto, segundo o palestrante, é o avanço da repressão contra as pessoas que reivindicam direitos. “O que aconteceu na Praça Roosevelt foi típico de estado de sítio”, afirmou, referindo-se à repressão feita pela PM Paulista em 1º de julho, que resultou na prisão de advogados dos ativistas.
 
Se para evitar a manifestação, policiais estão sitiando as praças públicas, impedindo a livre manifestação, é porque as instituições democráticas não estão funcionando, disse Souto Maior e concluiu: “São ações para causar medo na classe trabalhadora”, disse.
 
Fonte: Sintrajud


 

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