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Notícia postada dia 12/05/2014

Notícia postada dia 12/05/2014

Protestos ganham força e podem refletir na construção das greves no serviço público

Protestos ganham força e podem refletir na construção das greves no serviço público

É provável que nas redações da mídia comercial a divulgação dos 23 convocados pelo técnico Felipão para disputar a Copa do Mundo pelo Brasil estivesse pautada como principal notícia da semana. Não foi. A menos de 40 dias do primeiro jogo da Copa do Mundo no Brasil, os protestos voltaram a ganhar as ruas e destaque nos jornais e nas redes sociais.

 

 A semana foi marcada pelas greves de 24 horas dos rodoviários no Rio e de Santa Catarina, pelas manifestações dos sem-teto em São Paulo e por uma série de outros atos e protestos em pelo menos oito estados do país. Dentre eles a Marcha do Funcionalismo federal a Brasília, na quarta-feira (7). O ato paralisou o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e obrigou o governo a receber os servidores e a acenar com a possibilidade de negociação com os setores que estão em greve nacional – técnicos das universidades e servidores das escolas federais, representados pela Fasubra e Sinasefe, respectivamente. 

 
 
 
Prazo para negociar ou não
 
 
 
O governo pediu 15 dias para dar uma resposta. Se os mais de três mil servidores que foram a Brasília já deixaram a capital federal, após a marcha, com as expectativas de ampliação do movimento grevista renovadas, a onda de protestos que explodiu no dia seguinte tratou de reforçar tal percepção. “O [resultado] da marcha ajuda a mobilizar, agora se vai haver avanço mesmo nas negociações depende do processo de greve”, disse à reportagem o servidor Paulo Barela, dirigente da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), logo após o término da marcha. “Podemos cavar este espaço juntos. Todos os federais em greve! Quero ver a Dilma suportar”, postou pouco depois nas redes sociais o servidor Cleber Aguiar, diretor da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU) e do Sintrajud, o sindicato da categoria em São Paulo.  .
 
 Também nas redes sociais, Waldo Mermelstein, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, afirmou: “junho não acabou”, numa referência aos megaprotestos do ano passado. “[É uma] nova onda de greves e ocupações no país, com centro nas ocupações de terras urbanas, greves de motoristas e cobradores de ônibus em várias capitais e greves de servidores públicos, entre outras”, disse, destacando que isto estava sendo reconhecido até pela “grande imprensa”.
 
 
Rodoviários do Rio param
 
 Na quinta-feira (8), a “Folha de São Paulo” publicou em seu portal na internet a seguinte manchete: “Às vésperas da Copa país tem nova onda de protestos”. Àquela altura, os servidores municipais e estaduais da educação do Rio de Janeiro já haviam aprovado greve por tempo indeterminado a partir da segunda-feira (12) – no ano passado, a paralisação deste setor contagiou a cidade e gerou uma onda de solidariedade nacional. Já os rodoviários do Rio praticamente paralisavam a cidade, numa greve que atropelou a direção de seu sindicato, enfrentou as empresas, o prefeito Eduardo Paes e a mídia – algo muito parecido com o que aconteceu no início da greve dos garis, em março. 
 
No jornal regional da TV Globo, o representante do sindicato indagava como apenas 40 rodoviários poderiam fazer tanto barulho e insinuava que criminosos do tráfico estariam financiando os protestos. Já um líder grevista afirmava que tinha como provar que as únicas ajudas que receberam foram legítimas: do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ) e da CSP-Conlutas. Na vitoriosa greve dos garis, em pleno Carnaval, tanto o sindicato quanto o prefeito afirmavam que o movimento era de uma minoria sem representatividade e baderneira – palavras que tiveram que engolir ao final da paralisação. 
 
 
Já em São Paulo a quinta-feira foi marcada pelos protestos dos trabalhadores sem-teto em quatro pontos diferentes da cidade, tendo como mote os elevados gastos públicos com estádios e outras obras da Copa. Sedes de grandes empreiteiras, dentre as principais beneficiadas com o evento, foram alvos dos manifestantes. Os rodoviários também pararam no mesmo dia na Grande Florianópolis. Houve paralisação ainda, por algumas horas, dos rodoviários de Manaus.  
 
 
 
Movimento no Judiciário
 
 
 
Em Belo Horizonte, segundo os jornais, moradores bloquearam a BR 040 entre a capital do estado e Brasília, para exigir melhorias nos transportes. Também teria havido protestos em Curitiba e em Salvador – na capital baiana, os servidores do Judiciário Federal estão em greve, assim como no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, a greve no Judiciário está prevista para começar dia 15. No dia 21, os docentes das universidades federais param por 24 horas e, na mesma semana, têm reunião nacional que analisará a proposta de greve. Antes, no dia 15, os trabalhadores da seguridade social (INSS e Saúde) prometem também parar por 24 horas.
 
 
Aos poucos, vai ganhando corpo o movimento nacional do funcionalismo, combinado com segmentos estaduais e municipais – a aposta de muitos dirigentes sindicais da esfera federal é que com essa nova onda de protestos isso se acelere e convirja para uma grande greve unificada da categoria para enfrentar a política de aperto salarial e privatizações do governo Dilma Rousseff (PT), cuja popularidade já não anda nada bem.
 
 
 
LutaFenajufe Notícias
Por Hélcio Duarte Filho, enviado a Brasília
Sexta-feira, 9 de maio de 2014 
 


 

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