Para Rodrigo, a repercussão da Greve será útil para pressionar o governo a atender às reivindicações dos trabalhadores.
Quem também fez uma avaliação bastante positiva foi Sandro Delgado, da justiça eleitoral. "Estou otimista com o TRE, pois fazia tempo que eu não via tantos servidores do TRE reunidos aqui para participar de uma assembleia. É necessário reforçar o movimento na justiça federal também", considerou ele.
Jamil da Costa Batista, diretor do SINDIJUFE-MT, analisou que o primeiro dia de greve surpreendeu positivamente. "No TRE, principalmente, teve uma participação maior do que eu esperava, e para o primeiro dia está ótimo, com perspectiva de crescimento, com bastante participação e sugestões. Confesso que fiquei entusiasmado", disse ele.
Quanto ao TRT, Jamil entende que as adesões à greve tendem a crescer à medida que outros estados forem entrando em greve, e quando houver também mais adesões na justiça eleitoral e na justiça federal.
O servidor do TRT Rodrigo de Carvalho declarou que para um primeiro dia a presença foi boa, mas ainda é muito cedo para se fazer uma avaliação sobre como vai ser a greve. "Até porque ainda tem que passar pelas três casas do judiciário federal no Estado, e algumas pessoas confirmaram durante a assembleia geral que, sem um alvo definido e cravado sobre o que a gente vai defender, fica muito difícil a gente conseguir mobilização em massa. O pessoal está cobrando muito um alvo, a greve por greve sem um foco definido não vai conseguir mobilizar muita gente", disse ele.
Já na avaliação de José Mendes, que é da justiça do trabalho de Várzea Grande, a greve tem que ser construída. "Estamos iniciando, e é preciso que outros companheiros, tal como ocorreu nas outras greves, comecem a entender a importância do movimento, que nós estamos num ano ímpar, um ano que tem copa do mundo e que tem eleições, e este é o momento certo de iniciar a Greve".
Ele considera que começando agora, fazendo pressão e fazendo um trabalho organizado no Brasil inteiro, a cobrança da defasagem salarial e a reposição têm chances de serem levadas para votação no orçamento deste ano com validade para 2015. "A antecipação da parcela de 2015, que não é tanto recurso assim, também é algo que o movimento organizado pode conseguir. A greve, tal como foram as outras, tem que ser construída, e Mato Grosso -- que sempre esteve na vanguarda do movimento -- deflagrou a greve no momento correto", concluiu ele.
Retrospectiva
A última conquista em termos salariais ficou bem aquém do que a Categoria reivindicava, mas é bom lembrar que o Governo Dilma estava disposto a não dar nada de reajuste para os servidores federais, e só mudou de ideia porque foi pressionado pelos trabalhadores em greve. A prova disso é que só teve aumento neste ano quem fez greve, e o SINDIJUFE-MT tem muita história para relembrar sobre suas lutas neste sentido.
Após 4 anos de luta, com uma Greve contínua de 223 dias em Mato Grosso ou 7 meses e 13 dias, no dia 28 de dezembro de 2012 a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.774, concedendo os 15.8% de reajuste para as 32 categorias de servidores federais que fizeram greve. Quem não fez greve não teve aumento.
Programação para esta terça-feira (30)
Haverá assembleia geral extraordinária no TRE, na rampa de entrada da Casa da Democracia, às 8h30, e antes disso os trabalhadores e trabalhadoras da Categoria distribuirão panfletos no TRT, convidando os colegas a aderirem à Greve.