Acesso Funcionarios

Notícia postada dia 14/03/2014

Notícia postada dia 14/03/2014

Governo não cumpre promessa sobre pauta e 'empurra' servidor para construção da greve

Governo não cumpre promessa sobre pauta e 'empurra' servidor para construção da greve

Planejamento não responde a reivindicações como prometera; STF também não dá respostas; greve nas universidades vai começar; atos e paralisações dia 19

 

Por Hélcio Duarte Filho

LutaFenajufe Notícias

 
O Ministério do Planejamento não cumpriu o compromisso de responder, antes do Carnaval, à pauta de reivindicações da categoria entregue ao governo em janeiro. Sem resposta ou qualquer perspectiva de negociação efetiva, pelo menos um setor do funcionalismo inicia a greve por tempo indeterminado já nos próximos dias: os servidores das universidades federais param a partir de 17 de março.
 
 
A promessa de responder à pauta havia sido feita pelo secretário de Recursos Humanos do Planejamento, Sérgio Mendonça, na audiência concedida no dia 5 de fevereiro a uma comissão representativa das entidades nacionais dos servidores, após protesto nacional em Brasília que marcou o lançamento da campanha salarial unificada. Não havia grandes expectativas quanto ao teor da resposta – o governo já sinalizou que não vê espaço para concessões salariais –, mas o não cumprimento da promessa foi mal recebido por dirigentes sindicais do setor.
 
 
Movimento em construção
 
 
Não existem ainda, de acordo com a maioria das avaliações, condições para iniciar já a greve unificada no conjunto dos federais. Alguns setores param por 24 horas no dia 19 de março, os servidores e professores dos institutos federais de ensino aprovaram o indicativo de greve para abril e os docentes das universidades, liderados pelo Andes-SN, devem decidir no dia 30 de março sobre o movimento paredista. 
 
 
Mas a movimentação dos técnicos das universidades pode marcar o começo de um processo mais amplo, ainda em construção, no funcionalismo. “O governo mais uma vez não cumpriu com a palavra e os servidores precisam se organizar para fazer esta greve”, alerta Saulo Arcangeli, dirigente da federação nacional (Fenajufe), que participou da última reunião do Fórum de Entidades Nacionais dos servidores federais, que reafirmou a proposta de construção da greve como único recurso capaz de forçar o governo a negociar.
 
 
Audiência não confirmada
 
 
Indagado por telefone por um dirigente da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) sobre a resposta à pauta, Sérgio Mendonça alegou que não houve tempo para encaminhar o assunto às vésperas do Carnaval. Disse que iria trabalhar para que a ministra Mirian Belchior (Planejamento) recebesse as entidades sindicais, quando as respostas à pauta poderiam ser apresentadas. Não disse, porém, quando e nem confirmou posteriormente a possível audiência. 
 
 
O funcionalismo reivindica a revisão anual dos salários na data-base, previsto na Constituição Federal mas desrespeitado pelo governo, uma política salarial permanente, a incorporação de gratificações, paridade entre ativos e aposentados e reestruturações de carreiras, dentre outros pontos.
 
 
O quadro das negociações, ou da falta delas, no Judiciário Federal e no MPU é semelhante ao cenário geral do serviço público federal. Até agora o Supremo Tribunal Federal não respondeu sobre a instalação da mesa permanente de negociação – a expectativa era que isso ocorresse em fevereiro. “Tanto o governo quanto o STF desrespeitam os servidores e empurram [a categoria] para a mobilização e a greve”, critica o servidor Adilson Rodrigues, dirigente da Fenajufe e do Sintrajud (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal em São Paulo).
 
 
Tudo isso será objeto de debates na reunião ampliada da Fenajufe, que deve reunir no dia 20, em Brasília, representantes dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União eleitos em assembleias estaduais. A atividade ocorre no dia seguinte ao ato público nacional que ocorrerá em frente ao Ministério do Planejamento.
 
 
A menos de cem dias da Copa do Mundo, que tende a paralisar o país, a greve unificada do funcionalismo ainda é um processo em construção e que, na visão destes dirigentes sindicais, precisa e deve se apressar com a participação efetiva de cada servidor. Sem isso, não há quem aposte em quaisquer conquistas salariais ou de outra ordem para a categoria neste ano.  
 
 


 

Acessem nossas...

Redes Sociais !

TRANSMISSÃO ONLINE

TRANSMISSÃO ONLINE