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Notícia postada dia 27/01/2014

Notícia postada dia 27/01/2014

Federais lançam campanha nos estados e podem ir à greve em ano de Copa e eleições

Federais lançam campanha nos estados e podem ir à greve em ano de Copa e eleições

Por Hélcio Duarte Filho, LutaFenajufe  

 

Os Servidores públicos federais lançaram a campanha salarial de 2014 com atos e debates nos estados, na quarta-feira (22). Foi a largada na construção de uma mobilização que já começa com indicativo de greve, para abril, caso o governo não recue e aceite negociar as reivindicações da categoria. O início acelerado da campanha deve-se à Copa do Mundo e às eleições de outubro, acontecimentos que praticamente restringem o calendário do Executivo e do Legislativo do país ao primeiro semestre do ano.

 
Servidores do Judiciário Federal e do MPU participaram dos atos e reforçaram o coro por uma mobilização conjunta, que agregue forças capazes de pressionar o governo Dilma Rousseff (PT). Os trabalhadores querem assegurar o respeito à data-base e repor as perdas salariais, além de defenderem paridade entre ativos e aposentados, a incorporação de gratificações e o fim dos processos de terceirização e privatização do setor, dentre outras reivindicações.
 
 
Defesa da unidade
 
 
Em boa parte das atividades os servidores fizeram referências à greve de 2012, a mais forte dos últimos anos do funcionalismo, e às grandes manifestações de rua de junho passado. "A greve de 2012 deixou uma grande lição: a necessidade de unidade", disse a servidora Inês de Castro, diretora da federação nacional (Fenajufe) e do Sintrajud-SP, no ato de lançamento em São Paulo, que reuniu cerca de 150 representantes das entidades sindicais para um debate no auditório do Sinsprev-SP, o sindicato dos trabalhadores da saúde federal e do INSS.
 
 
Inês criticou a criminalização do 'direito de lutar', responsabilizando os governantes em geral por isso, mas frisando o papel decisivo da presidente Dilma nesse processo. "A gente tem que dar uma resposta nas ruas com a nossa unidade", disse.  O servidor Paulo Barela, da coordenação nacional dos federais (Cnesf) e da CSP-Conlutas, disse que 2014 será um “ano de muita efervescência política, que começa sob o signo [das grandes manifestações] de 2013”.  O calendário de mobilização prevê ato nacional de lançamento da campanha no dia 5 de fevereiro, em frente ao Ministério do Planejamento, em Brasília.
 
 
No dia seguinte, os servidores participam de um seminário sobre a dívida pública, organizado pela Auditoria Cidadã da Dívida  – os gastos do governo com o pagamento de juros e amortizações das dívidas são apontados como alguns dos motivos da falta de recursos para o setor público. No dia 7, os servidores fazem uma plenária do Fórum das Entidades, quando o indicativo de greve voltará a ser debatido. Já no dia 8, a Fenajufe realizada a sua primeira reunião ampliada do ano.
 
 
 Representatividade
 
 
As manifestações do dia 22 nos estados ainda foram incipientes, é verdade. Mas chamaram atenção pela representatividade: reuniram ativistas e dirigentes sindicais de vários segmentos do funcionalismo. Houve atos no Rio, Porto Alegre (RS), São Luis (MA), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Maceió (AL), Belém (PA), Natal (RN) e Brasília, dentre outras cidades.
 
 
Em Florianópolis, o ato conjunto ocorreu em frente à Justiça Federal e teve a participação aproximada de cem servidores. Em Porto Alegre, o lançamento da campanha teve entrevista coletiva à imprensa e debate com a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, Maria Lucia Fattorelli, na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
 
 No Rio de Janeiro, a manifestação foi na Cinelândia, tradicional praça de atos políticos no centro da cidade, e reuniu cerca de 250 representantes da categoria. A defesa da unidade do funcionalismo foi muito ressaltada. “Essa campanha acontece com o governo promovendo mais um brutal arrocho, assédio moral e privatizações, jogando rios de dinheiro na Copa e nas Olimpíadas, o que tem relação direta com os cortes de orçamento no serviço público. Este ano teremos de ter uma unidade muito superior à das campanhas anteriores, mas acho que, se nos mantivermos unidos, podemos vencer e derrotar o governo”, disse o servidor Luiz Sergio Ribeiro, dirigente do sindicato dos servidores do Colégio Pedro II (Sindscope).
 
 
 ‘Da Copa eu abro mão’
 
 
No outro extremo do país, a manifestação ocorreu durante a inauguração da Arena das Dunas, em Natal (RN), um dos estádios que sediarão a Copa do Mundo. Os servidores e trabalhadores de outros setores se concentraram em frente a um shopping e de lá caminharam por cerca de três quilômetros até as proximidades de uma das entradas do estádio, percorrendo parte da BR 101.  Um dos cartazes expostos pelos trabalhadores dizia: “Da Copa eu abro mão. Queremos mais dinheiro para saúde, segurança e educação”.
 
 
O protesto reivindicou serviços públicos ‘padrão Fifa’ e contestou os enormes gastos com a Copa para atender às exigências da federação mundial do futebol.  A inauguração do estádio, cujas obras custaram mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos, teve a presença da presidenta Dilma Rousseff. Não houve encontro dos manifestantes com ela, que usou outro acesso pare entrar no estádio, onde uma rápida cerimônia, sem discursos, foi realizada ao lado da impopular governadora Rosalba.
 
 
As três pistas da BR-101 foram interditadas pelos manifestantes por volta das 17h30.  Logo depois, vans com a identificação da Presidência da República entraram pela contramão, em direção ao estádio, e tiveram a passagem bloqueada por um grupo de manifestantes, que chegaram a pichá-las. De acordo com a CSP-Conlutas, o esquema de segurança teve até o uso de um drone, pequeno avião não tripulado de alta tecnologia. Ele sobrevoou o ato filmando e fotografando os manifestantes.
 
 


 

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