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Notícia postada dia 05/12/2013

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Em Salvador, Cristovam Buarque ataca tratamento especial dado a mensaleiros

Em Salvador, Cristovam Buarque ataca tratamento especial dado a mensaleiros

Por Biaggio Talento

Jornal A TARDE

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) classificou de "indecência" o tratamento diferenciado dado aos condenados do mensalão presos na Penitenciária da Papuda (no DF).  "Só foi descoberto que não tem água quente na cadeia depois que alguns políticos foram presos. Até então ninguém se lembrava disso. Só se lembrou que a comida é ruim agora. O tratamento desigual vai ser prejudicial a essa pedagogia da percepção da desigualdade. Se você começa a ter salas especiais na cadeia, diferente de outras, esses (presos) que estão nas especiais não vão perceber as desigualdades do outro", disse.

 


 O senador fez a análise depois de participar de sessão especial da Assembleia Legislativa da Bahia quando recebeu o título de Cidadão Baiano, proposto pelo deputado estadual Euclides Fernandes (PDT). Da mesma forma que defende a igualdade do serviço público para todos os brasileiros (é autor de projeto de lei para que os filhos de políticos estudem em escola pública), Cristovam considera que "o tratamento deve ser absolutamente igual, sem diferenças" na cadeia.

 

"Crime igual, cadeia igual"

 

 "Sou contra até a prisão diferenciada para quem tem título superior. Crime igual, cadeia igual". Os supostos privilégios que os mensaleiros estariam tendo mostra, para o senador, como as camadas mais altas da sociedade se acostumaram a " tolerar a desigualdade" pelo fato de não usar "serviços dos pobres".

 

Cobrança a Perrella

 

 Cristovam fez críticas ao Congresso que, na sua visão, piorou ainda mais sua imagem ao não cassar os condenados pelo Supremo Tribunal Federal no caso do mensalão e cobrou explicações mais claras do seu colega de partido, o senador Zezé Perrella devido ao escândalo da apreensão pela Polícia Federal de um helicóptero de empresa da qual foi fundador, com 433 quilos de cocaína.

 


 "Veja, um senador do meu partido, tem um helicóptero. Eu já pergunto: como é que tem helicóptero? Segundo: é preso carregando droga e as explicações até aqui, que o piloto fez da cabeça dele, não estão, ainda, satisfazendo".
 Para o senador, "a impressão é que a gente não está percebendo a raiva do povo. Um helicóptero transportando droga com gasolina paga pelo Congresso. O povo não aceita mais isso. O povo só não descobriu ainda como entrar no Congresso e mudar todo mundo".

 

Indiferença

 

Os parlamentares não ouviram a voz das ruas. Na visão de Cristovam, após as manifestações nas cidades brasileiras o Congresso permaneceu inerte.  "Houve uma pantomima, um teatrinho para dar a entender que faria algum gesto. Creio que a ideia que as lideranças políticas têm é que o povo fez as manifestações e voltou para casa. Não voltou para casa, porque com a internet a rua está em casa. Esses meninos estão, cada um deles, com uma trincheira em casa que é o computador ligado".

 

Ele prevê novas manifestações . "A qualquer momento eles voltam. Vamos enfrentar uma guerrilha cibernética. Qualquer fato que descontenta um jovem, ele coloca na rede e junta 50, 100, 200 pessoas, que param um aeroporto, um hospital. Duzentos invadem uma Assembleia Legislativa, o Congresso. Esta fácil mobilização das pessoas, sem a necessidade de jornal, revista, televisão e partidos. Os políticos não estão percebendo isso. Há um divórcio muito grande entre a classe política e a população".
 

 

O senador afirmou que o povo descobriu que os políticos há muito tempo "tem uma dívida com as pessoas". Ele colocou na conta dos congressistas os problemas da nação. "Cada pessoa, cada parente de uma pessoa assassinada tem um crédito com os políticos", afirmou.
 



 

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