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Notícia postada dia 04/10/2013

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Rio faz o maior ato desde junho, mas Câmara vota contra educação e PM agride professores

Rio faz o maior ato desde junho, mas Câmara vota contra educação e PM agride professores

Cabral e Paes usam PM para sitiar Câmara e aprovar projeto rejeitado pela categoria; manifestantes são agredidos com violência pela polícia
 
Na que já está sendo tratada como a maior manifestação desde a onda de protestos iniciada em junho, profissionais da educação, estudantes e apoiadores de dezenas de outras categorias tentaram durante toda a terça-feira (1º) impedir que fosse votado o projeto de lei imposto pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, para o plano de cargos das escolas municipais.
 
A pressão popular e a gritante insatisfação da categoria com a proposta não foram suficientes, porém, para convencer a maioria dos vereadores. O poder de persuasão do prefeito Eduardo Paes foi maior. No início da noite, os vereadores aprovaram o projeto rejeitado pelos profissionais da educação em greve por 36 votos a 3. Pelo menos nove parlamentares das oposições se retiraram antes de votar e denunciaram a sessão como ilegal porque ocorria com as galerias vazias. Dentre eles estavam os vereadores do Psol e um petista, Reimont, mas parlamentares do PT, que integra o governo, votaram a favor do projeto. O petista Adilson Pires, vice-prefeito e ex-militante dos movimentos sociais, não se pronunciou sobre o ocorrido.
 
Cinelândia sitiada
O cerco à Câmara de Vereadores, promovido em parceria pelo governador Sérgio Cabral Filho e Eduardo Paes, ambos aliados da presidente Dilma Rousseff, começou ainda de madrugada e impediu a entrada da população para assistir à sessão. Grades fecharam vias e mais de 700 policiais e dezenas de guardas municipais foram deslocados para o local, que fica num dos pontos mais movimentados do Centro do Rio, na Cinelândia. Bancos, restaurantes, o comércio e até um templo da Igreja Universal fecharam as portas. O tradicional bar 'Amarelinho', pela primeira vez em sua história, não abriu por conta da repressão a uma manifestação. Ao longo do dia, milhares de pessoas estiveram no ato. A votação ocorreu com as galerias, onde cabem 600, ocupadas por menos de dez pessoas e com o Palácio Pedro Ernesto, prédio histórico que abriga a Câmara, com janelas fechadas e portas trancadas com cadeados.
 
Pouco depois das 16 horas, todo o aparato militar que ocupava a região entrou em ação para acabar com a manifestação – centenas de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram jogadas contra os manifestantes. "Eles lançavam quatro, cinco bombas de uma vez", disse Milena Lopes, que participava do protesto e ajudou a socorrer uma menina ferida na cabeça com estilhaços de bomba. A PM alega que mascarados na parte lateral da Câmara forçaram a abertura da porta do prédio. A suposta justificativa, que abrangeria poucas dezenas de pessoas, serviu para que a PM avançasse com violência sobre milhares de trabalhadores e estudantes. "Eles foram nos empurrando na av. Rio Branco em direção à Presidente Vargas", relata uma estudante, que disse que em determinado momento teve a impressão de que os carros da polícia avançavam em alta velocidade para atropelá-los.
 
Gás lacrimogêneo
Revoltados, parte dos manifestantes quebraram os vidros das fachadas de bancos – a sede de empresa do empresário Eike Batista também foi apedrejada. A atuação da polícia foi violenta e generalizada. O cheiro de gás lacrimogêneo podia ser sentido em várias partes do Centro da cidade. Muita gente foi atingida por bombas, balas de borracha e cassetetes, mas não se sabe ainda se há feridos graves. Nas redes sociais, correu boato de que uma professora teria morrido após inalar uma grande quantidade de gás, mas o sindicato da categoria (Sepe-RJ) divulgou nota informando que procurou os hospitais e não confirmou a notícia.
 
Antes do ataque da PM, pela manhã os profissionais das escolas municipais fizeram uma assembleia na praça e aprovaram a continuidade da greve. Fazem nova assembleia na sexta (4). Dirigentes do sindicato afirmam que o 'massacre' da polícia contra a categoria não intimidará a categoria. Ao final do dia, as faces cansadas de professoras e outros manifestantes que se concentravam em frente ao Instituto de Filosofia da UFRJ não escondiam a indignação e a determinação de continuar a luta.
 
Fonte: Luta Fenajufe Notícias



 

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