Acesso Funcionarios

Notícia postada dia 30/09/2013

Notícia postada dia 30/09/2013

Dilma mantém leilão mesmo após admitir na ONU que EUA espionou dados 'estratégicos'

Dilma mantém leilão mesmo após admitir na ONU que EUA espionou dados 'estratégicos'

Movimento contra privatização do pré-sal acampa na frente da Petrobrás, no Rio, e defende a suspensão do leilão da maior reserva de petróleo já descoberta no país

 

Após reconhecer que informações sigilosas de “alto valor econômico e estratégicas” foram alvos das ações de espionagem do serviço secreto dos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff tem obrigação de cancelar a próxima rodada de leilão de petróleo, que privatizará a maior reserva já descoberta no país. É o que afirmam integrantes do movimento nacional contra a privatização do petróleo brasileiro, que, no Rio de Janeiro, iniciou acampamento em frente à sede da Petrobras que os organizadores pretendem manter até o leilão do campo de Libra, na área do pré-sal, marcado para outubro.

 

O discurso de Dilma na sessão da ONU (Organização das Nações Unidas), na terça-feira (24), em Nova York, foi enfático nas críticas à espionagem dos Estados Unidos sobre o povo, o governo e empresas brasileiras. A retórica ganhou a capa dos jornais e destaque nos noticiários da TV, das rádios e da web. Ao mencionar a espionagem sobre dados sigilosos e empresariais, a referência imediata de Dilma é para a Petrobras e para a Agência Nacional de Petróleo, que teriam tido documentos monitorados pelo serviço de inteligência dos EUA.

 

‘Caso grave’
As críticas à espionagem consumiram 734 das 2.339 palavras usadas por Dilma em seu discurso. Foi o primeiro e principal tema tratado: "Estamos diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis; da invasão e captura de informações sigilosas relativas às atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional do meu país. Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão", disse a presidente. "Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando essa espionagem. Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo", acrescentou mais adiante.

 

O discurso duro, porém, não alterou em nada a intenção de o governo de manter o leilão, mesmo sob a suspeita de que empresas que vão disputá-lo possam deter informações privilegiadas. Alguns dias antes, Dilma havia anunciado a suspensão da visita que faria ao presidente dos EUA, Barack Obama, como chefe de estado, distinção que prevê cerimônias e até um baile na Casa Branca em homenagem à convidada. Mas parou nisso e nem sequer cogitou suspender o leilão. "Este sim seria um ato de soberania nacional, não esse [a suspensão da visita], que até parece combinado com Obama. A gente espera que a coragem dela [para cancelar o leilão] não tenha terminado no tempo que lutou contra a ditadura", criticou Francisco Soriano, dirigente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), durante ato político na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), que prestou homenagem a alguns defensores da liberdade de informação que foram protagonistas na revelação das denúncias de espionagem.

 

Dentre eles, foi concedida medalha, que seria posteriormente entregue, ao ex-analista de inteligência dos EUA Edward Snowden, que denunciou a espionagem mundial em larga escala dos EUA e obteve asilo político na Rússia – o pedido de asilo solicitado por ele ao governo brasileiro foi negado por Dilma. Também foi homenageado o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que, radicado no Brasil, divulgou textos com base nas denúncias de Snowden.

 

Críticas à manutenção da privatização apesar das denúncias marcaram vários momentos do ato. "O campo de Libra equivale a um PIB nacional anual, é o petróleo de melhor qualidade. Já havia sido descoberto e cedido à Petrobras, é um roubo", assinalou o representante sindical dos petroleiros. O leilão, que o movimento "O Petróleo é Nosso" luta para barrar, está marcado para acontecer no dia 21 de outubro, no Rio de Janeiro.

 

Fonte: Luta Fenajufe Notícias



 

Acessem nossas...

Redes Sociais !

TRANSMISSÃO ONLINE

TRANSMISSÃO ONLINE