As fortes chuvas que atingiram a capital baiana no feriado da Independência do Brasil não intimidaram os protestos na cidade.
Assim como aconteceu em outras capitais brasileiras, a polícia entrou em confronto com os manifestantes na tarde deste sábado.
A passeata seguia pacífica até a avenida Joana Angélica, em frente ao Colégio Central da Bahia, quando, às 15h25, cerca de 30 homens da Tropa de Choque da Polícia Militar bloquearam a passagem dos manifestantes, que reagiram com uma chuva de pedras e pedaços de madeira.
Desfile termina antes da hora em Maceió
Cerca de 300 integrantes de movimentos Sem-terra, partidos políticos, sindicatos e estudantes entraram no desfile de 7 de Setembro, que acontecia na Praia da Avenida na manhã deste sábado, e a confusão fez com que o evento fosse encerrado ainda na metade. Eles estavam concentrados em frente ao Clube Fênix e entraram durante apresentação da Polícia Militar.
A policia tentou fazer uma barreira com a viatura, mas de nada adiantou. Os manifestantes do movimento que se intitulou "Grito dos Excluídos" ultrapassaram o bloqueio. O protesto tinha bandeiras inúmeras: reforma agrária, moradias populares, melhoria salarial, entre outras.
O Bope e a Polícia Militar fizeram dois cordões para tentar garantir a continuidade do desfile, mas o protesto seguiu em frente.
Público se desespera com gás lacrimogêneo no Rio
Muitas pessoas, incluindo crianças, idosos e mulheres, passaram mal e foram atendidas por socorristas voluntários. Fotógrafos do jornais Estadão e O Dia foram feridos, sendo que o primeiro, identificado como Marcos de Paula, teve uma queimadura causada por uma bomba de gás que colocou em seu braço. Alessandro Costa, de O Dia, levou um chute de um PM. Já o repórter do jornal "A Nova Democracia", Patrick Granja, recebeu voz de prisão de um policial militar após acusá-lo de agressão. Homens da Polícia do Exército chegaram a se juntar aos PMs, porém não houve ação por parte dos representantes das Forças Armadas.
Manifestantes tentam entrar no Congresso e são contidos pela PM em Brasília
Um grupo de manifestantes mascarados tentou furar o bloqueio policial que protege o prédio do Congresso Nacional, em Brasília, na manhã deste sábado ,7.
Três fileiras de policiais protegiam o prédio e, por duas vezes, tiveram que conter os manifestantes, que foram dispersados com o uso de spray de pimenta.
"O spray foi usado para evitar o contato físico e para preservar o patrimônio público", disse o coronel Edilson Rodrigues, coordenador geral do policiamento no local.
Os manifestantes carregam cartazes, apitam e gritam palavras de ordem. Entre as reivindicações, estão o fim do voto secreto no Congresso, protesto contra a corrupção e contra a TV Globo.
"Isso aqui é resquício puro de ditadura. Vocês querem ter direitos garantidos? Vamos invadir o Congresso", disse o analista de sistemas Camilo Fernandes, 24 anos, sobre o uso de spray de pimenta pela polícia.
A PM havia estabelecido um cordão de isolamento a um quilômetro do estádio Mané Garrincha, mas os manifestantes que estavam no local conseguiram contornar os policiais e só foram contidos com a chegada de mais homens da tropa de choque, inclusive com cães, e da cavalaria, já próximos ao estádio. Após isso, ao longo da tarde, manifestantes e PMs ainda se enfrentaram pelo menos outras três vezes: em frente ao Conjunto Nacional, shopping anexo à rodoviária, que sofreu tentativa de invasão, em frente ao Museu da República e na Esplanada dos Ministérios. Além das bombas de gás e efeito moral, a PM do DF voltou a utilizar balas de borracha contra manifestantes.
Em Minas o desfile não teve público, só protestos
A PM de Minass prendeu cinco manifestantes na tarde deste sábado (7) em Belo Horizonte após a comandante do policiamento da capital, coronel Cláudia Romualdo, ter sido atingida por tinta.
O grupo protestava na praça Sete, a principal da capital mineira. Os manifestantes ocuparam o local, mais ou menos às 11h30, logo após o término do desfile oficial de Sete de Setembro, na avenida Afonso Pena, a cerca de 300 metros do local. Havia uma aglomeração de cerca de 5.000 pessoas que se concentraram na dispersão do desfile.
Fontes: UOL e Folha de São Paulo, com alterações