SINDJUFE-BA

A mulher do pedreiro Amarildo de Souza, 42, desaparecido desde o dia 14 de julho, afirmou nesta quinta-feira (1º) que "não está tendo resposta alguma" em relação às buscas pelo morador da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. "Ninguém me fala onde está o meu marido. Nem a polícia nem o governo. Ele vai ficar sumido 30 anos", disse Elizabete Gomes, 48. "E durante 30 anos a gente vai fechar a boca do túnel", afirmou, referindo-se ao protesto realizado nesta noite, que fecha a autoestrada Lagoa-Barra, em São Conrado. "Eu moro num cubículo com oito pessoas e estou sem o meu marido. A UPP [Unidade de Polícia Pacificadora] entrou aqui para pegar trabalhador. (...) Eu não preciso nem achar que ele está morto. Eu sei que ele está morto", disse. "Foi a polícia que matou o meu marido. E ainda sumiram com os documentos para dizer que ele não está morto."

Mais protestos pelo Brasil

Manifestantes realizam protestos contínuos no Rio de Janeiro desde o dia da do desaparecimento do pedreiro Amarildo, que sumiu após ser preso pela UPP (Polícia Pacificadora) da Rocina. Mas não é apenas por isso, as manifestações continuam pelo Brasil pedindo  desmilitarização da PM, mais saúde, educação, contra o uso de regalias pelos parlamentares e membros dos Poderes como o uso de aviões da FAB para viagens alheias a serviço, ou transportando amigos e parentes, e muitos outros motivos. Manifestantes dizem que se não “começou apenas pelos 20 centavos, agora também não é somente pelo Amarildo, é também pelos muitos Amarildos que somem  e sofrem pelos desmandos da polícia e governos corruptos”

 Onde está o Amarildo?

A Polícia Civil e o governo estadual do Rio anunciaram dar prioridade a este caso que causou comoção. O Ministério Público já trata o caso como homicídio. O pedreiro foi detido ao ser confundido com um traficante que comanda a Rocinha e, segundo os policiais, posto em liberdade em seguida. As câmeras da UPP da Rocinha, no entanto, não registraram a entrada ou saída de Amarildo do local. Segundo a polícia, o equipamento estava com defeito.

Os manifestantes cantam  palavras de ordem contra o governador --"Cabral bandido, cadê o Amarildo?"-- e cantavam um trecho da música "Rap da Felicidade" --"Eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci". Durante a passeata no Rio, eles fecharam os dois sentidos da Autoestrada Lagoa-Barra e o túnel Zuzu Angel.

São Paulo também quer saber onde está o Amarildo

Os protestos em São Paulo tem se intensificado em apoio principalmente aos cariocas, e continuam realizando protestos diários em diversos pontos do Estado. Revoltados, alguns grupos tem praticados depredações em reação ao silencio dos poderes em relação ao grito das ruas e à continuação das prisões e “sumiços” como esse de Amarildo.

 Na Bahia

A Bahia também tem visto pelas redes sociais diversos protestos, mas a imprensa continua omitindo a amplitude desses atos e reforçando a tese de “vandalismo”.

Nesta semana estudantes protestaram nas imediações do Largo do Tanque impedindo o trânsito no local. Para essa semana e próxima estão marcados diversos atos em continuação às reivindicações gerais e específicas, como as dos médicos, passe livre, e o fim da corrupção – esta bandeira se faz presente em todas as manifestações - .

Fontes: Folha de SP e Uol