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Notícia postada dia 04/04/2013

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Nos 49 anos do golpe, famílias de desaparecidos pedem punição para criminosos

Nos 49 anos do golpe, famílias de desaparecidos pedem punição para criminosos

Desaparecidos e assassinados na ditadura militar são homenageados pelo Tortura Nunca Mais no 'aniversário' do Golpe de 64; atos marcaram a data
 
"Não é revanchismo, é justiça e cidadania". Assim Vanessa Callado, sobrinha de Daniel Ribeiro Callado, militante da luta contra a ditadura militar desaparecido no Araguaia, no Norte do país, defendeu a apuração dos crimes cometidos após o Golpe de 1964 e a responsabilização criminal dos autores e responsáveis por eles. "Não descansaremos enquanto não soubermos o que aconteceu", afirmou, ao receber do Grupo Tortura Nunca Mais a medalha 'Chico Mendes', concedida ‘in memoriam’ ao seu tio.

 

“Esse reconhecimento nos [dará] forças para buscar a verdade dos fatos”, disse Vanessa na cerimônia realizada no auditório principal da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, não por acaso no dia 1º de abril, data de 'aniversário' de 49 anos do golpe militar que instalou a ditadura no Brasil por 21 anos. O ato político na ABI foi uma das manifestações realizadas na data, que teve, ainda no Rio, ato público em frente à sede do Clube Militar, no Centro da cidade.
 
Caso aceito pela Justiça
A medalha 'Chico Mendes' é concedida a pessoas, vivas ou mortas, e entidades que se destacaram nas lutas em defesa dos direitos humanos e da justiça social. Dos 12 homenageados desta 25ª edição, cinco são vítimas diretas da ditadura militar, sendo quatro delas desparecidos ou mortos. Também foram homenageados militantes das lutas dos trabalhadores rurais, as 'Mães de Maio', movimento nascido em São Paulo após as chacinas envolvendo a polícia ocorridas em 2006, e o cineasta Silvio Tendler.

 

Ao receber a medalha dada 'in memoriam' a Divino Ferreira de Sousa, militante do PCdoB desaparecido na Guerrilha do Araguaia em 1973, após ter sido ferido numa emboscada das tropas do Exército, Elizabeth Silveira, que integra a direção do Tortura Nunca Mais, destacou que esse crime "é o único que está na Justiça" e que pode ser um marco na luta contra a impunidade.

 

Ela disse esperar que nada paralise a ação judicial, proposta pelo Ministério Público do Pará e aceita pela Justiça Federal de Marabá. Elizabeth defendeu a responsabilização do major da reserva Lício Augusto Maciel, que capturado ilegalmente o Divino, pelos crimes de "tortura, assassinato e ocultação de cadáver". A militante recebeu a medalha no lugar de um familiar do militante, que não teve como comparecer. “Nós nos sentimos muito familiares ao Divino”, disse, relatando que a história dele é muito parecida à vivida por parentes dela e de outros integrantes do Tortura Nunca Mais.
 
Outros homenageados
Também foram homenageados com a medalha 'Chico Mendes' Carlos Alexandre Azevedo (in memoriam), filho de presos políticos; Cícero Guedes dos Santos (in memoriam), líder do MST, assassinado em janeiro de 2013 no Norte Fluminense; Comissão Pastoral da Terra - CPT-Acre; Luis Eduardo da Rocha Merlino (in memoriam), militante do Partido Operário Comunista – POC, assassinado na Operação Bandeirantes em 1971; Macarena Gelman, argentina, filha de desaparecido político encontrada pelo avô; Octávio Brandão (in memoriam), político e ativista brasileiro, militante e teórico do Partido Comunista Brasileiro - PCB; Patrícia de Oliveira da Silva, da Rede de Comunidades e Movimento Contra a Violência; e Regina dos Santos Pinho (in memoriam), integrante do MST, encontrada morta em fevereiro de 2013 no Norte Fluminense.

 

Fonte: Sintrajud (por Hélcio Duarte Filho)



 

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