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Notícia postada dia 15/02/2013

Notícia postada dia 15/02/2013

Tunísia: Crise política e greve geral

Tunísia: Crise política e greve geral

Sindicato convoca greve geral e oposição recusa acordo com governo
 
O assassinato do líder da oposição de esquerda tunisiana, Chokri Belaïd, que era também advogado defensor dos direitos humanos, levou a múltiplas manifestações de indignação e revolta. Na capital, milhares de pessoas concentraram-se junto ao Ministério do Interior no dia do assassinato e nesta quinta-feira (7) nova manifestação popular encheu a avenida Habib Bourguiba. A polícia atacou os manifestantes com gás lacrimogêneo e os confrontos prolongaram-se. Os protestos fizeram igualmente sentir-se noutras cidades. Várias sedes do partido islamista Ennahda foram destruídas, nomeadamente em Sidi Bouzid e Gafsa.
 
A central sindical UGTT, que tem mais meio milhão de filiados, decidiu convocar para essa sexta-feira (8), uma greve geral em todo o país. Esta convocatória segue-se ao apelo já feito por vários partidos de esquerda.
 
Luto Nacional
A central sindical decidiu também decretar dia de luto nacional para a próxima sexta-feira (15), em que se realiza o funeral de Chokri Belaïd.
 
Na quarta-feira (6), o primeiro-ministro Hamadi Jebali (do partido Ennahdha) anunciou a formação de um governo de tecnocratas para gerir os assuntos correntes até a realização de eleições para ultrapassar a crise governamental. Jebali declarou que o assassinato de Chokri Belaïd acelerou a sua decisão, pela qual assumiu a total responsabilidade.
 
Porém, nesta quinta-feira, o Ennahda desautorizou o seu primeiro-ministro e recusou a constituição de um governo de tecnocratas para preparar eleições. O vice-presidente do Ennahda, Abdelhamid Jelassi, declarou que "O primeiro-ministro não pediu a opinião do seu partido" e disse que o Ennahda vai "prosseguir as discussões com outros partidos para a formação de um governo de coligação". A posição do Ennahda tem o suporte do líder do partido, Rached Ghannouchi, e do presidente da Tunísia, Moncef Marzouki.
 
Moncef Marzouki encontrava-se no Cairo para participar numa cimeira da Organização da Cooperação Islâmica e regressou à Tunísia nesta quinta-feira. O presidente considerou que o assassinato de Chokri Belaïd foi "um crime odioso para lançar o povo tunisino na violência".
 
Os partidos de esquerda responsabilizam o Ennahda pelo clima de violência e as milícias islâmicas pelo assassinato.
 
Chokri Belaïd
Chokri Belaïd era uma figura muito conhecida e prestigiada junto do povo tunisiano. Tinha 47 anos, era advogado, secretário-geral do movimento dos patriotas democratas, que está aliado a outras formações de esquerda na Frente Popular.
 
Chokri Belaïd não poupava críticas ao partido governamental Ennahda. Nesta terça-feira, tinha denunciado na televisão "a estratégia de explosão de violência em cada crise no movimento Ennahda". Há alguns dias, Chokri Belaïd tinha acusado as milícias do Ennahda de serem responsáveis por várias agressões contra ações dos partidos da oposição.

 

Fonte: Esquerda.net



 

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