SINDJUFE-BA

Os trabalhos na Câmara de Vereadores de Salvador já começam conturbados, com desordem na cerimônia de posse, e o início dos jogos políticos, seguindo interesses e estratégias partidárias, alheios à vontade popular.
 

O despreparo para receber dois vereadores a mais, em relação ao último mandato, tem causado conflito. Embora tenha aumentado de 41 para 43 o número de parlamentares, apenas um ficou sem gabinete, já que a Casa Legislativa dispõe de 42. Para solucionar o problema, segundo informações da Câmara, foi realizado um sorteio para decidir quem ficaria sem gabinete. Por coincidência, o “sorteado” foi, Hilton Coelho (PSOL), segundo vereador mais votado, que ficou indignado com a forma pela qual o sorteio foi realizado, sem o mínimo de transparência.
 

Hilton foi informado sobre o sorteio, bem como o resultado por meio de um telefonema e questionou o método “obscuro” utilizado pela Casa; um sorteio sem regras e sem definições de local, data, horário e participantes. Em entrevista, Hilton ainda afirmou que “retirar de um vereador um espaço físico adequado para ele trabalhar significa retirar o direito de exercer adequadamente o mandato popular que recebeu”. E questionou: “É inacreditável que o único parlamentar que ficou sem gabinete tenha sido justamente um que não faz parte nem do bloco do governador e muito menos do prefeito eleito. É inadmissível que a administração municipal trate o patrimônio público como um bem pessoal que ela distribui da forma que deseja”.
 

Diante desses acontecimentos, Hilton decidiu lançar candidatura de protesto à presidência da Câmara Municipal de Salvador, argumentando ter sido vítima de uma manobra dos futuros colegas de trabalho.
 

Gabinete: Cada vereador tem o seu gabinete, que é um escritório onde ele e seus assessores estudam os problemas da cidade e recebem cidadãos e autoridades para ouvir suas opiniões. Na hora de debater e votar as leis, os vereadores se reúnem na Câmara Municipal.
 

Hilton informou que, enquanto não se encontrar uma solução ele vai trabalhar na rua como forma de protesto.