Os planos de saúde já são hoje inacessíveis financeiramente para muita gente. Mas, daqui a 30 anos, será um serviço de luxo para poucos. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que atualmente o consumidor gasta, em média, 7% de sua renda com planos de saúde. Segundo o Idec, em três décadas, esse custo será insustentável, representando 70% de seu salário. Há dois anos, o mesmo levantamento apontou um comprometimento de 54,12% do salário.
Mas, no mesmo período, o reajuste dos planos cresceu mais do que a inflação, sete pontos percentuais. O Idec fez a seguinte conta: um consumidor que tem hoje 30 anos e um plano individual de R$ 210,07 (valor ilustrativo de um plano de uma grande operadora), com renda de R$ 3 mil, compromete 7% da sua receita para honrar a parcela com a operadora. Se forem mantidas as condições de reposição salarial e as regras atuais de reajuste dos planos, quando esse consumidor tiver 60 anos, terá mudado de faixa etária, e seu plano de saúde sofrerá um acréscimo de 296,79%. “Além desse acréscimo, se aplicado o reajuste de 163,49% acima da inflação no período, o plano passará dos R$ 210,07 para R$ 2.196,28, o que representará 73,21% de sua renda”, explica a economista do Idec Ione Amorim.
Fonte: Correio