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Notícia postada dia 30/10/2012

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Coordenação Nacional debate Acordo Coletivo Especial e intensifica campanha para impedir aprovação

Coordenação Nacional debate Acordo Coletivo Especial e intensifica campanha para impedir aprovação

A realização de seminários em cada um dos estados, o recolhimento de assinaturas de dirigentes e entidades sindicais ao manifesto aprovado em Porto Alegre (RS) e a preparação do seminário nacional que acontecerá no dia 28 de novembro em Brasília. Essas foram as três iniciativas emergenciais da campanha contra o Acordo Coletivo Especial (ACE) aprovadas na reunião da Coordenação Nacional, que teve início nesta sexta-feira em São Paulo.


O salão onde aconteceu a reunião estava cheio. Eram mais de 200 dirigentes, trabalhadores, de todo o país presentes para discutir o Acordo Coletivo Especial. Um vídeo sobre o tema (já disponível no site) animou o plenário para a campanha e, em seguida, iniciaram-se as apresentações dos convidados e suas respectivas exposições.


A mesa foi composta pelo secretário-geral do Condsef, Josemilton Costa, o diretor da Fasubra, Rogério Fagundes Marzola, a presidente do Cepers/Sindicato, Rejane S. de Oliveira e o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, José Maria de Almeida.


Rogério comentou os ataques que o ACE significam para os trabalhadores e frisou que a cartilha sobre o ACE produzida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) rompe com a trajetória de lutas que a categoria construiu no final da década de 1970, quando se tornou um marco na resistência dos trabalhadores brasileiros. “Essa cartilha rasga a história do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC”, disse o dirigente.


Rogério denunciou ainda que a livre negociação não existe quando quem detém os meios de produção é quem contrata e demite. “Os empresários colocam como alternativa para os trabalhadores o banco de horas, a redução salarial ou as demissões. Onde está a livre negociação?”, salientou. A livre negociação é defendida no ACE apresentado ao Congresso pelo SMABC.


Josemilton afirmou que o início dessa discussão já começou errado. “Como é que um sindicato pode propor um projeto ao governo sem nenhum debate com as centrais e com os trabalhadores?, questionou e respondeu em seguida: “Um sindicato não pode propor uma reforma que atinge o conjunto dos trabalhadores.” O dirigente da Condsef denunciou ainda o caráter da proposta que vai em direção à retirada de direitos da classe.


O dirigente do Condsef reforçou ainda que as propostas apresentadas são “atrasadas e equivocadas” para os trabalhadores. “Não há como defender um projeto que afirme atender os interesses do capital e da classe trabalhadora, são caminhos diferentes.”


Josemilton defendeu ainda a urgência de o Espaço de Unidade e Ação, que reúne setores da esquerda no movimento sindical, fortalecer essa luta. “O mais rápido possível para derrotar essa reforma”, reafirmou.


A presidente do Cepers/Sindicato, Rejane, saudou a CSP-Conlutas por essa construindo efetivamente essa unidade da luta dos trabalhadores. Ela chamou atenção para a conjuntura difícil dos últimos anos, com a crise do capitalismo, da qual o Brasil não está imune. Rejane lembrou dos 49% do orçamento público que foram destinados ao pagamento de juros aos banqueiros, alegando de que isto é uma prova de que os governos petistas, como o de Dilma, vêm governando para os interesses das classes dominantes, acusando o PT de desvio ideológico. “Os governos do PT vem aplicando as políticas econômicas e sociais em base ao neoliberalismo”, reafirmou.
 

A dirigente caracterizou o ACE como o maior ataque recente aos trabalhadores justamente por ser apresentado por um sindicato. “Esta é uma política de Governo, o SMABC é apenas o laranja, o que se torna uma armadilha para os trabalhadores, que ficam em dúvida do caráter desse projeto”, alertou sobre o tamanho da briga a ser enfrentada contra a aprovação do ACE.Já o representante da CSP-Conlutas na mesa, Zé Maria, lembrou aos presentes que essa política do ACE não está desvinculada de uma realidade internacional marcada por uma profunda crise econômica capitalista que busca como amenização a aplicação de fortes ataques aos trabalhadores. “Isto explica a intensidade dos ataques nas medidas que estão sendo tomadas, inclusive no Brasil”, salientou.


Os palestrantes alertaram também para a criminalização das lutas que vem sendo praticada pelo governo federal, locais e o patronato, muitas delas com o aval da justiça brasileira. “Lutar contra a criminalização dos movimentos faz parte desta campanha”, resgatou Zé Maria.


Após a mesa foi aberto o debate entre os presentes. Nas intervenções cada trabalhador apresentou o que significa o ACE em sua categoria, o que acontecerá na prática se esse projeto for aprovado no Congresso. Todos mostraram disposição de levar a campanha para as respectivas bases e intensificar a campanha contra o ACE nos locais de trabalho no Brasil.
Por fim, Zé Maria, quem deu as orientações das iniciativas da campanha que serão realizadas pela CSP-Conlutas e suas entidades de base. Para isso foram colocados à disposição na reunião diversos materiais: cartaz, adesivo, panfleto convocando o seminário nacional do dia 28 e o vídeo sobre o ACE, além do manifesto para que todos recolham assinaturas de dirigentes e entidades sindicais contra a aprovação do projeto que retira direitos dos trabalhadores.


Segundo ponto do dia prepara encontro internacional e campanhas
Após o debate sobre o ACE a reunião continuou com o início do ponto internacional. Uma mesa formada pela representante do Mopat (Movimento Palestina Para Tod@s) Soraia Misleh, o Aldo Saudo que esteve recentemente por um ano no Egito e o representante da CSP-Conlutas Dirceu Travesso.


O objetivo do ponto foi fortalecer duas campanhas internacionais: as lutas do povo palestino e a revolução síria. Além disso, informar sobre a preparação do Encontro Internacional que acontecerá de 22 a 24 de março em Paris, França, e as relações que vem sendo estabelecidas pela CSP-Conlutas com entidades internacionais.


A representante do Mopat (Movimento Palestina Para Tod@s) Soraia Misleh abordou a importância de fortalecer a solidariedade internacional em torno da campanha em defesa do povo palestino que neste momento reivindica do governo brasileiro a ruptura das relações militares e comerciais com Israel por meio da campanha BDS (Boicote – Desinvestimento – Sanções).


Além disso, Soraya informou sobre a preparação do Fórum Social Mundial Palestina Livre que acontece de 28 de novembro a 1º de dezembro e convidou a Central a participar efetivamente dessa preparação.


Já Aldo expôs a situação das lutas do povo sírio e sobre os contatos que abriu com organizações de trabalhadores. “Durante este mês de novembro uma representante de uma organização de esquerda virá ao Brasil, para pedir uma campanha de solidariedade à luta de seu povo contra os massacres cometidos pelo governo”, informou. A idéia que sejam organizadas palestras e visitas em diversos estados.


Aldo defendeu a complexidade da situação da Síria. “É uma revolução na qual maior parte da esquerda não só fecha os olhos, mas se fecha contra essa revolução”, frisou.


Dirceu resgatou o debate do ACE em que se abordou os ataques que têm sido desfechados contra os trabalhadores fruto da crise econômica do capital que já se estende desde 2008. “É fundamental agregar como parte da discussão de que a necessidade que o governo Dilma tem de implantar rapidamente esses projetos contra os trabalhadores está relacionado diretamente à exigência dos empresários por medidas que respondam à crise internacional que se aprofundou no último período”, ressaltou.


Os ataques contra os trabalhadores europeus e a resistência que também se dá desde o início da crise, com novas experiências vividas pelos trabalhadores foram lembrados. “Essas lutas se enfrentam com as burocracias instituídas e buscam novas formas de organização e é dentro desse contexto que estabelecemos relações com essas novas entidades ou organizações de trabalhadores”, disse, exemplificando que mineiros sul africanos, que travaram uma luta duríssima recentemente, manifestaram interesse em conhecer a CSP-Conlutas e sua forma de organização e seu estatuto.
Por meio desses exemplos chamou atenção sobre a importância do Encontro Internacional que acontece de 22 a 24 de março, em Paris, França. “Esse Encontro pretende avançar nessa relação de solidariedade num contexto de crise do capitalismo e resistência dos trabalhadores”, reforçou.


Fonte: Conlutas.



 

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