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Notícia postada dia 13/09/2012

Notícia postada dia 13/09/2012

Contrariando discurso feito aos grevistas, Governo corta imposto trabalhista de 40 setores

Contrariando discurso feito aos grevistas, Governo corta imposto trabalhista de 40 setores

Além de isentar 15 setores com os 20% de contribuição patronal em abril, o Governo isentou mais 25 setores deste mesmo imposto trabalhista, nesta quinta-feira (13)

 

IPI menor para carros, eletrodomésticos, material de construção e móveis; zero de IPI para veículos 1.0, redução do IOF do crédito, e agora, o Governo anuncia a isenção de mais 25 setores da contribuição patronal do INSS, que totaliza 20%, em lugar de 1 a 2,5% sobre o faturamento da empresa. Em abril, 15 setores já estavam isentos de pagar tal contribuição. Em números, isso representa que o Governo vai deixar de arrecadar, apenas em 2013, R$ 12,83 bilhões. Como a medida é válida até 2016, o país deixará de recolher aos cofres públicos cerca de R$ 60 bilhões.

 

Tais medidas, que de acordo com o Governo, têm como objetivo “evitar demissões e incentivar contratações”, destoam dos discursos que vêm sendo feitos há mais de dois anos aos servidores públicos e à sociedade. Para o primeiro grupo afirmam que o país enfrenta uma grave crise financeira e não há como repor as perdas inflacionárias das categorias; ao segundo grupo, que envolve cada um de nós, o discurso é parecido: não há verba para investir na educação, saúde, justiça etc.

 

Mas o problema se torna ainda maior. De acordo com Guido Mantega (Ministério da Fazenda), os setores isentos pagariam, em 2013, aproximadamente R$21 bi de INSS. Com a isenção vão pagar cerca de R$8,74 bi em faturamento. Uma conta simples e percebemos a perda anual de arrecadação para o país. O mesmo ministro afirmou ainda, em abril, que o Tesouro Nacional cobriria eventual déficit da Previdência e que não haveria aumento do déficit da Previdência. Entretanto, o Ministério da Previdência, em julho deste ano, afirmou que o déficit da Previdência deve chegar a R$ 28 bilhões. Há ou não há inconsistência nas contas, prioridades e discursos? Sendo assim, cabe fazer algumas reflexões:

 

- Se o fator previdenciário – aquele que diminui as aposentadorias em até 40% do seu valor – foi criado para diminuir o “imenso” déficit da Previdência Social (afirmado pelo Governo também), como é que uma importante contribuição para este setor pode se tornar isenta durante anos?

 

- Se o déficit da Previdência já estava previsto para fechar o ano em R$28 bi, como ficará em 2013? Difícil entender a conta “positiva” do Governo, uma vez que, o déficit de R$ 28 bi em 2012, será somado ao de 2013, que já terá um rombo de R$ 12,83 bi que não serão arrecadados com a anunciada isenção. Isso sem somar com as perdas dos anos seguintes.

 

- Segundo o Governo, já existem R$ 15 bi previstos no Orçamento para cobrir tal rombo, entretanto, as medidas que têm como objetivo evitar demissões e aumentar o número de contratações tem surtido efeito contrário: tem favorecido os empresários e prejudicado a população, uma vez que a previsão da taxa de desemprego no país deve aumentar 0,7% com relação a 2011, e, somente hoje (13), apenas uma única entidade que abriga importadores de carros (Abeiva) anunciou que deverá demitir cerca de cinco mil trabalhadores até o final do ano – isso sem contar os dez mil que já foram demitidos no início do ano. E os outros setores que não contabilizamos nesta conta?

 

- Isso importa para o servidor público? Claro que SIM! Isso porque o Tesouro se responsabiliza pelo regime previdenciário próprio dos servidores públicos (RPPS) e do INSS (RGPS). Somando os déficits destas Previdências – a RPPS tem previsão de ter um déficit de R$ 60 bi neste ano – fica a dúvida: uma vez que o déficit da Previdência Social (INSS) passe a ficar ainda maior (facilitado por esta medida de isenção também e pelo desemprego), o Tesouro poderá bancar tanto as aposentadorias dos servidores quanto as aposentadorias do INSS?
Não se engane: o Funpresp – Fundo de Previdência dos servidores – é obrigatório para os novos servidores. Entretanto, quem garante que daqui há alguns anos o Governo não a torne obrigatória para todo o serviço público, para compensar os imensos déficits? A medida já está sendo estudada para se tornar lei também aos servidores estaduais.

 

Com tantas isenções para os empresários e banqueiros, fica mais ainda uma reflexão: o que um Governo, que se diz pró e para o povo, tem feito para melhorar a sua qualidade de vida? Reflita nestas questões e engaje-se nas lutas.

 

(Por Rosana Guimarães, com informações da Folha de SP, Valor e UOL)



 

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