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Notícia postada dia 04/09/2012

Notícia postada dia 04/09/2012

Projeto que regulamenta greve dos servidores públicos tramita com rapidez no Senado

Projeto que regulamenta greve dos servidores públicos tramita com rapidez no Senado

Depois de enfrentar uma greve unificada dos servidores públicos nos últimos anos, a presidente Dilma Rousseff já começou a “mexer seus pauzinhos” para evitar que tais atitudes se repitam em anos seguintes, afinal, não há interesse por parte do Governo de ver seus grandes eventos - como a Copa em 2014 e as Olímpiadas em 2016 - prejudicados.

 

O direito de greve dos servidores públicos está previsto na Constituição mas, até os dias de hoje não foi regulamentado. Além do direito à greve, é necessário que o tema seja discutido e regulamentado para que os servidores tenham direito à convenção coletiva, conforme prevê a Convenção Coletiva 151 da OIT. Atualmente existem três projetos de lei que regulam o direito de greve dos servidores públicos. O senador Paulo Paim (PT-RS) em 2007 deu entrada aos PLSs 83 e 84/2007: o primeiro regula o direito de greve para os servidores públicos e o segundo, para os trabalhadores da iniciativa privada. O outro projeto, que foi tema de audiência pública nesta segunda (3) é o PLS 710/2011, de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que determina a manutenção de, no mínimo, 50% dos funcionários trabalhando durante a greve. O percentual sobe para 60% e 80%, no caso de paralisação em serviços essenciais à população – saúde, abastecimento de água e energia, transporte coletivo – e na segurança pública. Além disso, a proposta de Aloysio Nunes também obriga a entidade sindical a demonstrar a tentativa de negociar com o governo e comunicar a decisão de entrar em greve 15 dias antes de iniciar o movimento, limitando a remuneração dos grevistas a até 30% do que receberiam se estivessem trabalhando.

O conteúdo das propostas é idêntico, mas, os projetos de Paim proíbem ainda os empregadores de demitirem/substituírem os grevistas durante a realização da greve; impedem a interferência das Forças Armadas em conflitos trabalhistas e, garante à categoria profissional que decretar a paralisação o poder de encerrá-la, proibindo, inclusive, sua interrupção por decisão da Justiça.

 

Embora estejam parados os projetos de lei de autoria de Paim, o PLS 710/2011 estava tramitando de forma rápida, sem qualquer tipo de consulta à base. Por interferência de um parlamentar, o projeto de Aloysio Nunes deve tramitar em outras duas comissões (CDH e CAS) além da CCJ. Porém, a proposta está sendo relatada na CCJ pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), quem emitiu relatório pela aprovação, na forma de substitutivo e, segundo anunciou o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da CCJ, a matéria pode ser votada no próximo esforço concentrado, nos dias 11 e 12 deste mês.

 

Mesmo tendo feito a audiência pública, sabe-se que, através de comunicado do Ministério do Trabalho e Emprego, o governo estuda a elaboração de uma minuta de projeto para regulamentar o direito de greve dos servidores públicos. A pasta pretende se reunir nos próximos dias com o MPOG e com a Secretaria-Geral da Presidência a fim de construir uma alternativa que leve em consideração a visão das centrais sindicais e dos servidores.

 

Veja algumas das opiniões relatadas na audiência pública que debateu o PLS 710, conforme consta abaixo:

 

Paulo Barela, da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas)
A proposta visa “amordaçar esse direito e restringi-lo a ponto de que não haja greves entre os servidores”.

 

Luiz Henrique Schuch, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN)
Projetos como o de Aloysio Nunes contêm “um discurso simpático à sociedade, mas que revelam uma questão de classe e podem levar a um retrocesso social”.
 
Álvaro Sólon de França, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
“Não adianta regulamentar o direito de greve dos servidores sem que haja uma política salarial, porque nesse caso não haverá como construir a negociação para a reparação das perdas salariais”.

 

Com informações da Agência Senado

(RSGD)



 

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