SINDJUFE-BA

Nesta sexta-feira (17) a ministra Eliana Calmon proferiu palestra na Justiça Federal onde foi recebida pelos servidores do Judiciário Federal, em greve desde o dia 15. Com o hino nacional, faixas e amordaçados, os servidores recepcionaram a ministra, entregando ainda um documento que apresenta o pleito da categoria e solicitando apoio para as reivindicações. A categoria foi recebida ao final do evento, onde a ministra afirmou apoiar a luta da categoria e que levaria o pleito ao ministro Ayres Britto, com quem tem interlocução mais direta e que reconhece o valor e serviços prestados pelos servidores, já que, como corregedora do CNJ, visitou diversos estados onde pode atestar a dedicação destes trabalhadores.

Ao esclarecerem a luta da categoria, durante mais de três anos e com o PL 6.613/09 parado há dois anos na CFT e nenhuma sinalização de acordo pelo Governo Dilma para votação do mesmo, os servidores ressaltaram ainda a luta pela data-base e pela valorização do Poder Judiciário, o qual não tem tido autonomia e independência como prevê a Constituição, além de se tornar um apêndice para os Poderes Executivo e Legislativo, numa tentativa de implementação do neoliberalismo e do sucateamento do serviço público e do significado de Justiça, além das migrações dos servidores para outras carreiras, já que há uma defasagem salarial em cargos do Judiciário. A ministra foi muito receptiva e concordou com muitos dos pontos citados pelos servidores. Informou ainda que em conversa com Ayres Britto, o mesmo demonstra estar esperançoso para a realização de um acordo e que pediu à presidente Dilma Rousseff que não se esquecesse dele, antes de votar a LDO. Ou seja, antes de votar o Orçamento, Dilma e Ayres devem ter nova conversa. Ressaltou ainda que Ayres afirma ter planos A, B e C para lutar pelos reajustes.

Eliana Calmon fez ainda uma análise da conjuntura política, ressaltando que o Governo destinou verbas para o Bolsa Família - programa que considera eleitoreiro e que não concorda com pessoas ganharem salários sem trabalharem - em período no qual o país estava com boa arrecadação e que se preocupa com o sucateamento devido aos orçamentos arrochados para o Judiciário.

Durante a palestra, a ministra ressaltou que é necessário mudar a mentalidade de muitos juízes, formndo a consciência de que estes são prestadores de serviço e que a Justiça deve servir aos interesses da sociedade e não de grupos políticos e classes dominantes.

Ao final da atividade, servidores dos quatro Órgãos e também do MPU, que participaram das atividades deste dia, se reuniram e debateram as atividades desta segunda-feira (20), bem como as estratégias que devem ser adotadas para os próximos dias.