SINDJUFE-BA

"VAMOS PARAR!". Este era o grito de guerra ouvido em todo o prédio do TRT5 (Comércio). Visitas às Varas Trabalhistas, esclarecimento à população e debates marcaram a paralisação de 24 horas realizada pelos servidores do Judiciário Federal na Bahia, nesta quarta-feira (18). Um grupo bastante representativo, formado por servidores dos três Órgãos, principalmente do TRE, realizou arrastões chamando aqueles que ainda estavam trabalhando a paralisarem suas atividades. Um dos motivos para intensificar as mobilizações é o relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2013, aprovado na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), sem incluir o reajuste da categoria.

Durante as passagens nas salas, foi feita a convocação para o ato que será realizado no próximo dia 30/07, quando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, visitará o TRE da Bahia. O horário da manifestação ainda não foi definido.

Apoio incondicional - Quando estavam conversando com os colegas da 33ª VT, os servidores encontraram o corregedor Valtércio de Oliveira, que declarou apoio e respeito às reivindicações da categoria, mas acredita que a mobilização local não surte efeito. Por este motivo, sugeriu a ida de uma caravana à Brasília para fazer manifestações no Congresso. Embora a categoria reconheça que a mobilização em Brasília representa o movimento nacional, acredita-se que é necessário realizar atividades no âmbito local e dessa forma apresentar a sociedade questões específicas de cada região e Tribunal, a exemplo do assédio moral e condições de trabalho vividas pelos servidores, tendo cada estado da Federação seu papel na construção de um Judiciário independente e de qualidade social.

Palestras e manifestação pública - Ainda como parte das atividades, o professor Eliziário Andrade debateu o tema “Que crise é essa”? e “Quem tem medo de greve geral?", fazendo uma análise do capitalismo e as crises econômicas geradas por ele, além de fazer uma avaliação da conjuntura nacional. Segundo Eliziário, a resistência da categoria, mediante tantas investidas do Governo em retirar direitos, é reconhecida nacionalmente. "A resistência de vocês é uma resistência que se soma hoje na Bahia e no Brasil, ao conjunto de lutas dos trabalhdores", afirmou.

Ainda dentre as atividades, foi colocada uma forca na entrada do TRT, onde os servidores se revezavam mostrando que, com a atual situação de defasagem salarial e aumento da inflação, a categoria está na "forca", afundada em empréstimos consignados e dificuldades financeiras.

Encerrando as atividades, foi feita uma breve avaliação da paralisação, com muitos elogios feitos aos colegas que compareceram e participaram das atividades. A atividade teve ainda uma ótima receptividade pelos servidores do TRT, que tem um histórico de luta em defesa da categoria, os quais também elogiaram a iniciativa e se sentiram contagiados com as visitas e as palavras de apoio e de convocação à luta, já que há alguns anos atrás, os servidores do TRT eram tidos como exemplo de garra e determinação, não podendo agora deixar essa chama se apagar.