SINDJUFE-BA

A declaração dada pelo ministro Gilberto Carvalho à Folha de São Paulo nesta sexta-feira (6), causou surpresa aos servidores. Carvalho disse que o Governo espera "maturidade" dos servidores que pedem reajustes, os quais precisam entender as dificuldades impostas pelo cenário econômico mundial.

Percebe-se que o ministro está mal informado. Os servidores do Judiciário Federal, por exemplo, amargam quase 7 anos de salários congelados. O Projeto de Lei - que contempla o reajuste salarial e que já está com valores defasados - está parado na Comissão de Finanças da Câmara desde 2010, e ainda sofrem retaliações pelas greves, vivendo na angústia de ver o PLP 549/09 - projeto do congelamento salarial por dez anos - ser apoiado pela presidente Dilma.

Tal declaração demonstra uma tentativa sorrateira de colocar servidor/serviço público como elementos que só geram custos ao Governo. Até para os leigos, é fácil perceber que o desmonte do serviço público é mais uma das tentativas de implementar o neoliberalismo no país, tornando Instituições e Órgãos públicos em fundações estatais de direito privado, tornando pago o serviço que hoje é oferecido gratuitamente.

E essa declaração demonstra ainda uma atitude egoísta. Em consulta ao site Transparência Brasil verifica-se que o referido ministro recebeu no mês de maio o valor líquido de R$ 19.909,00, enquanto vários servidores públicos recebem entre 4 e 6 mil reais bruto.

Realmente, é preciso maturidade. Mas da parte do Governo e de seus prepostos. A começar dos que propagam ideias negativas de quem presta serviços aos cidadãos, que pagam impostos que são desviados pela corrupção. Maturidade para salvar os brasileiros da pobreza, não os europeus. A prioridade é aqui, pois foi o povo brasileiro que elegeu esse Governo.

É preciso maturidade, sim, ministro, para organizar a Casa e compreender que a luta por dignidade e respeito não deve ser considerada irresponsabilidade.

Os servidores possuem consciência da importância do seu trabalho e são responsáveis em todas as atitudes e decisões tomadas. Eles lutam pela valorização de um serviço público de qualidade, garantindo o direito à cidadania dos brasileiros.

E por fim, uma pergunta porque não se vê coerência. Será que as diretrizes do Governo foram lidas? Devem ter se esquecido de ler as de número 6, 7, 12 e 13. Por via das dúvidas, elas estão transcritas abaixo:

"6 - O Governo de Dilma será de todos os brasileiros e brasileiras e dará atenção especial aos trabalhadores.
7 - Garantir educação para igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento.
12 - Garantir a segurança dos cidadãos e combater o crime organizado.
13 - Defender a soberania nacional".