SINDJUFE-BA

Greve e paralisações pelo PCS-4 atingem 12 estados mais o Distrito Federal na semana de registro dos candidatos; movimento pressiona por negociações e deve continuar
 
A mobilização nacional dos servidores do Judiciário Federal, na quarta e quinta-feira desta primeira semana de julho, pode paralisar a Justiça Eleitoral em estados que juntos concentram 65% do colégio eleitoral do país. O levantamento foi feito pela reportagem do Luta Fenajufe Notícias com base nas informações dos sindicatos e da federação nacional (Fenajufe) confrontadas com as estatísticas de quantitativo de eleitores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
O movimento paredista é concentrado nos dois últimos dias do período de registro de candidaturas para as eleições municipais de outubro. A principal reivindicação dos servidores é a aprovação do plano de cargos e salários (PCS-4), para pôr fim a seis anos de salários congelados. Os trabalhadores têm como ‘aliado’ à Constituição Federal, que determina tanto a revisão anual de salários quanto a autonomia entre os poderes da República. As duas determinações foram desrespeitadas pelo governo petista de Dilma Rousseff.
 
Greve pode se estender
A greve por tempo indeterminado e a paralisação por 48 horas ou mais reúne cinco dos maiores colégios eleitorais do país. Ao todo, haverá greve nestes dias em pelo menos 12 estados mais o Distrito Federal: São Paulo, Mato Grosso e Paraíba (por tempo indeterminado); Mato Grosso do Sul (de 2 a 5 de julho); Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Piauí e Goiás (48h). No Maranhão, os servidores da Justiça do Trabalho param por 24 horas nesta quarta (4) e fazem assembleia para avaliar a continuidade da paralisação. Haverá manifestações em outros seis estados.
 
O maior colégio eleitoral do país é São Paulo, onde estão 22% dos eleitores (31,2 milhões) e a categoria já está em greve por tempo indeterminado. Logo em seguida vem Minas Gerais (10,7% - 15 milhões), Rio de Janeiro (8,4% - 11,8 milhões), Bahia (7,1% - 10 milhões) e Rio Grande do Sul (5,9% - 8,3 milhões). Em todos os cinco maiores colégios, os servidores prometem fazer o ‘apagão’ na Eleitoral nesta semana. Os servidores de Brasília também decidiram parar e a expectativa é de que não só se repita como se amplie a paralisação no Tribunal Superior Eleitoral que ocorreu na semana passada.
 
‘Apagão’ põe PCS em foco
O protesto nacional preocupa a cúpula do Judiciário, ao ponto de a ministra Cármen Lúcia, presidenta do TSE, ter reunido presidentes de todos os tribunais regionais eleitorais para tratar do assunto, na manhã de terça-feira (3). Neste mesmo dia, ela recebeu dirigentes da Fenajufe, também tendo o tema na pauta. A ministra informou que pediu aos tribunais regionais o envio de dois relatórios diários ao TSE sobre a situação do registro de candidaturas. Até a terça-feira (3), só 1% dos registros esperados havia chegado ao TSE.
 
O ‘apagão’ vem sendo preparado há mais de dois meses e a greve pode continuar e se expandir para mais estados após o protesto, considerado prioritário para a luta pelo PCS-4. “O congelamento dos nossos salários está tornando as nossas vidas e das nossas famílias insustentáveis. O último acordo salarial foi em junho de 2006 e de lá pra cá o governo virou as costas para as nossas necessidades”, disse Antonio Melquíades, o Melqui, diretor do sindicato de São Paulo (Sintrajud) e da Fenajufe, num alerta enviado aos servidores no qual conclama a categoria, em todos os tribunais, a aderir ao ‘Apagão’. “As negociações entre o STF e o Palácio do Planalto ainda são uma incógnita. É só em ano eleitoral que o governo lembra que existimos. O apagão na Justiça Eleitoral é um passo necessário para que o governo acelere as tratativas com o Poder Judiciário. Não temos escolha. A necessidade está impondo essa atitude drástica”, complementou o servidor, que integra a comissão de negociação da federação.

Quadro da mobilização
 
Greve por tempo indeterminado
Mato Grosso
Em greve desde o dia 21 de julho; esta semana, as assembleias diárias e atos são em frente ao TRE, onde haverá acampamento nos dias 4 e 5, informa o Sindijufe-MT.

São Paulo
Em greve desde o dia 28; atividades e atos em frente ao TRE e ao primeiro cartório eleitoral, informa o Sintrajud-SP.

Paraíba
Iniciou greve por tempo indeterminado no dia 2 de julho, com foco nas cartórios eleitorais, informa Sindjuf-PB.

Greve de 2 a 5 de julho
Mato Grosso do Sul
Pára de 2 a 5 de julho, com manifestações concentradas na Justiça Eleitoral.
 
Greve de 48h nos dis 4 e 5 de julho
Rio Grande do Sul
Em estado de greve, pára por 48h nos dias 4 e 5, segundo o Sintrajufe-RS.
 
Brasília
Pára por 48h na JE/TSE; indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de 1º de agosto, informa o Sindjus-DF.
 
Bahia
Pára por 48h nos dias 4 e 5; haverá atividades no dia 4 no TRE, JF e TRT. No dia 5, todos no ‘apagão’ no TRE.
 
Alagoas
Pára 48h nos dias 4 e 5, informa o Sindjus-AL.
 
Piauí
Pára 48h nos dias 4 e 5; faz reuniões setoriais para organizar o ‘apagão’, informa o Sintrajufe-PI.
 
Goiás
Pára 48h nos dias 4 e 5, com atos nos cartórios eleitorais, informa o Sinjufego-GO.
 
Minas Gerais
Pára 48h nos dias 4 e 5 e faz atos em frente aos cartórios, informa o Sitraemg.
 
Rio de Janeiro
Pára 48h nos dias 4 e 5 e faz ato no dia 5 no TRE, informa o Sisejufe-RJ.
 
Paralisações 24h e atos
Maranhão
Paralisação de 24h no Fórum Trabalhista; assembleia ao final do dia para avaliar continuidade; ato de todos os tribunais em frente ao Fórum Eleitoral no dia 5, informa o Sintrajufe-MA.
 
Santa Catarina
Paralisação de 2h no dia 4, das 15h às 17h, com concentração em frente à Eleitoral, informa o Sintrajusc.
 
Paraná
Os servidores da Justiça do Trabalho usam preto dias 4 e 5 e distribuem carta à população, informa o Sinjutra. Na Eleitoral, mobilização no dia 5, segundo o Sinjuspar.
 
Pernambuco
Paralisação de 2h nos dias 4 e 5 na Eleiroral (17h às 19h) e no TRF (16h às 18h); assembleias nos dias 3 e 4 na JF e na JT, informa o Sintrajuf-PE.
 
Ceará
Atos unificados da JE, JF e Trabalhista nos prédios dos cartórios eleitorais na capital, informam o Sintrajufe-CE, Sinje-CE e o Sindissétima-CE.
 
Amazonas
Servidores da Trabalhista e da Eleitoral em Estado de Greve, informam, respectivamente, o Sitra-AM e o Sinjeam-AM. Panfletagem nos tribunais dias 4 e 5. Dia 6, ato conjunto com o funcionalismo.
 
Pará
Faz atos e ‘apagões’ por 3 horas nos tribunais durante os dias 4 e 5 de julho, informa o Sindjuf-PA/AP
 
Campinas (TRT-15)
Rodadas de assembleias no dia 4 de julho, pela manhã, informa o Sindiquinze.
 

Fonte: Luta Fenajufe Notícias