Na próxima quinta-feira (28), os servidores do Judiciário Federal de São Paulo começam a greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia na quinta-feira (20), em frente ao Tribunal Regional Eleitoral, e é um importante passo na luta pela conquista do PCS ainda neste semestre.
O objetivo é jogar todo o peso no Tribunal Regional Eleitoral, inviabilizando o funcionamento deste setor do Judiciário entre os dias 01 e 05 de julho, que é o período de inscrição dos candidatos das eleições de outubro.
Inês Leal de Castro, diretora do Sintrajud, em nome do comando de greve, defende que é “necessário que a gente radicalize as mobilizações, transformando em realidade a nossa palavra de ordem: sem negociação, não tem eleição”. Na avaliação do comando de greve, uma forte paralisação nesses dias afetará diretamente o calendário eleitoral, colocando pressão sobre o governo Dilma. Esse desafio, é claro, não é apenas dos colegas da Justiça Eleitoral, mas sim de toda a categoria.
Greve do conjunto do funcionalismo
O comando de greve avalia que governo Dilma começa a enfrentar fortes greves de outros setores do funcionalismo. Os docentes das universidades federais estão paralisados há mais de um mês. Junto a eles estão em greve servidores do Incra, Ministério da Agricultura e do Itamaraty, que iniciaram a primeira paralisação da história da categoria, interrompendo o serviço consular em 60 países.
Receita Federal já está em greve
Uma das greves que começa a incomodar o governo Dilma é a dos Auditores Fiscais da Receita Federal. Paralisados desde dia 18, a categoria esteve representada na nossa assembleia. Defendendo a união dos servidores, o presidente da regional Santos do Sindifisco, Elias Carneiro Júnior, afirmou: “não há reajuste sem pressão, não se consegue reajuste de dentro de casa”.
Relator do PCS defende a mobilização
“Radicalizem! Vocês são agentes de estado, e agentes de Estado defendem o Estado. E para defendê-lo é preciso que estejam atendidos, minimamente, na questão salarial”. Essa afirmação é do deputado federal João dado (PDT/SP), relator do PCS na Comissão de Finanças e Tributação.
Presente na assembleia de quinta-feira, o parlamentar explicou tecnicamente, a partir de uma Nota Técnica das duas Casas Legislativas, que o PL 6613/09 (que trata do PCS) possui a adequação necessária para ser implementado ainda este ano.
Segundo disse, seu relatório será protocolado na segunda-feira (25), contemplando a reivindicação da categoria: PCS integral a partir deste ano. “Eu não vou parcelar nada! É tudo já!”, afirmou, arrancando aplausos dos servidores.
O deputado, entretanto, reconhece que somente o seu relatório é insuficiente para que o projeto seja aprovado. Por isso defendeu a radicalização da mobilização da categoria, afirmando que os servidores devem passar por cima, inclusive, das ameaças e retaliações, que poderão, “vir de todos os lados”: “Vocês são o Poder Judiciário. Este prédio sozinho não faz as eleições, são vocês que as fazem. E quem toca o TREm para a frente, pode pará-lo”, afirmou, fazendo um trocadilho com a sigla de Tribunal Regional Eleitoral e um trem.
Fonte: Sintrajud/SP