SINDJUFE-BA

Estudiosos de diversas partes do mundo, entidades sociais, representantes do Governo e sociedade civil se reuniram nesta sexta-feira (29), no primeiro dia do Fórum Social Mundial, cujas atividades acontecem até o dia 31 em Salvador e Porto Alegre. 

 
Em Salvador, neste primeiro dia, foram debatidos entre outros temas, “Mulher: crise econômica e emancipação; “Reforma agrária, agricultura familiar e soberania alimentar” e “Mídia e democracia”. Os coordenadores do SINDJUFE-BA, Aline Esquivel e Rogério Fagundes, bem como representantes da Fenajufe, a exemplo da coordenadora Lúcia Bernardes, participaram da palestra promovida pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) que tratou do tema “A legislação trabalhista no Brasil e o direito no serviço público”. Comporam  a mesa, a juíza do trabalho do Rio Grande do Sul, Mara Loguércio, o advogado do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Magnus Farkatt, além de outros representantes.
 
Neste encontro fizeram parte da discussão, direito individual e coletivo do trabalho, direito de greve no serviço público, jornada de trabalho, compensação e acidentes no trabalho. Este último, a juíza informou que no mundo morrem 5.000 pessoas por dia vítimas de acidente no trabalho formal. No Brasil, 50 pessoas por dia deixam o trabalho, 10 por morte e 40 por afastamento, causados principalmente por hora extra, plantões, máquinas obsoletas, assédio moral e jornadas de 12 por 36 horas. 
 
Loguércio também chamou a atenção para o servidor público e lembrou que o Projeto de Lei do Senado nº 611/2007, que suspende por 10 anos os gastos com o pessoal, foi aprovado na “calada da noite”. "Este projeto vai trazer uma baixa para a saúde, educação e vários segmentos do serviço público", alertou.
 
Quanto à realização deste evento na Bahia, o coordenador do SINDJUFE, Rogério disse que “é uma satisfação encontrar pessoas que acreditam que um outro mundo é possível, para solidariamente continuar lutando no dia a dia pelas mudanças necessárias para construirmos uma realidade socialista."
 
Já a coordenadora Aline, afirmou que a construção de um mundo melhor já começa aqui, com esse evento, no qual, lideranças sociais, especialistas e cidadãos do mundo inteiro buscam um aprofundamento no conhecimento das estruturas sociais vigentes e erguem os primeiros tijolos de um castelo de sonhos, cuja base é o respeito à dignidade humana, à diversidade, à democracia e a participação de todos. “Aqui são plantadas as primeiras sementes para a construção de um mundo novo, com a compreensão de que estamos todos ligados, pois fazemos parte de uma mesma teia de vida”, afirmou a coordenadora do SINDJUFE.
 
Outro debate que mereceu destaque foi “Mídia e democracia, no qual participaram Mário Lubetkin, jornalista e diretor geral do Inter Press (Itália), Bernard Cassen, diretor-geral do Le Monde Diplomatique (França), Renato Rovai, jornalista e editor da Revista Fórum, entre outros.
 
Neste debate, além de apontar falhas no processo da comunicação para melhor divulgar os trabalhos realizados pelo Fórum Social Mundial, já na sua 10ª edição, o jornalista francês criticou os meios de comunicação que deixam de lado a informação e se transformam em "arma ideológica e política, abandonando toda a fachada do pluralismo".  Cassen disse que é preciso desmentir o que é veiculado pelos meios de comunicação e destacou a importância do papel da educação para a formação de leitores, espectadores e ouvintes críticos. "Nas escolas, é preciso oferecer ensinamento crítico sobre as mídias, desmontar a desinformação e a manipulação. Os movimentos sociais, por meio de publicações, também têm seu papel na educação para adultos", afirmou.